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Liga dos Direitos Humanos culpa o Governo pela “tensão” política no país

A Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH) afirmou que está preocupada com a actual situação política caracterizada por discursos belicistas, ameaças de retorno à guerra, sobretudo com os recentes confrontos entre a Força de Intervenção Rápida (FIR) e os guerrilheiros da Renamo, em Muxúnguè, facto que resultou na morte de pessoas inocentes. Isto deveu-se à arrogância e intolerância do Governo.

A Liga chamou, esta Terça-feira (16), em Maputo, os órgãos de comunicação social para através deles repudiar os ataques ocorridos em Muxúnguè (Sofala) e em Gondola (Manica).

Refira-se que os Bispos Católicos vão, também, esta Quarta-feira (17), no Arcebispado de Maputo, se pronunciar sobre os confrontos de Muxúnguè, isto depois de uma assembleia ordinária realizada de 08 a 15 de Abril corrente.

O espectro que se vive no país, segundo Alice Mabota, está relacionado com a intolerância democrática, exclusão dos partidos de participação na vida política nacional, ausência de iniciativas de um diálogo inclusivo e, consequente, porque o Poder Executivo, prefere o uso da força, que já provou no passado, para lidar com certos assuntos.

Entretanto, esta via, ainda na óptica da fonte, é penosa para o povo. Demonstra a violação sistemática das normas preceituado nas leis que regem as acções dos partidos políticos, bem como na Constituição da República de Moçambique e põe em causa o princípio de livre exercício da acção política.

Para Alice Mabota o mais estranho e preocupante é a movimentação de um contingente militar e policial armado para o centro do país, num autêntico exercício de guerra, perante a inoperância e passividade do Conselho de Estado e Conselho Nacional de Defesa e Segurança para intervir na busca de soluções do problema.

“O maior espanto prende-se com o silêncio cúmplice dos órgãos de soberania e outros organismos responsáveis pela gestão da estabilidade, nomeadamente o Presidente da República, Armando Guebuza, o Parlamento e a Procuradoria-Geral da República, atitude esta que inquieta os vários organismos da sociedade civil”, disse a interlocutora sem evasivas.

Todavia, Mabota apela aos intervenientes no processo para que encontrem vias pacíficas de diálogo inclusivo e profundo, em que todos cedem conforme as responsabilidades que têm sobre o país.

Num outro diapasão, a presidente da LDH afirmou que a prepotência e arrogância que sempre caracterizou o Governo do Dia e o hábito de impor as suas vontades em momentos negociação, bem como nos pleitos eleitorais, onde recorre à força para manipular e criar mecanismos de gestão das eleições a seu favor, são factores que minam a existência de um diálogo franco e efectivo e a busca de consensos que conduzam ao alcance de uma paz efectiva.

A LDH apela aos partidos políticos para que no exercício das suas actividades tomem em conta os anseios da nação. Esta não pode ficar refém das suas aspirações para ascender ao poder.

Alice Mabota terminou a sua alocução pelando à Frelimo e à Renamo para que se abstenham de fomentar e difundir as ideologias políticas separatistas, discriminatórias e de incitação ao ódio e à violência, que sejam capazes de primarem pela defesa dos interesses nacionais para manutenção da paz e estabilidade.

 

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