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Lesotho: consultas marcam cimeira da troika

As consultas com os actores envolvidos no diálogo político no Lesotho prosseguiam até ao início da noite de segunda-feira, na capital, Maseru, no âmbito da Cimeira da Troika do Órgão da SADC para Política, Defesa e Segurança sob a liderança do Presidente moçambicano, Armando Guebuza. Durante o dia de segunda-feira, a Troika manteve consultas, em separado, com a Comissão Eleitoral do Lesotho (IEC), o Conselho Cristão local (CCL), e os partidos políticos da oposição.

Falando a imprensa moçambicana, o líder do maior partido da oposição no Lesotho, a Convenção de Todos os Basuthos (ABC), Thomas Thabane, pediu que a Troika conclua os seus trabalhos com uma clara orientação sobre o trabalho a desenvolver para se evitar a eclosão de novas crises no futuro. “Queremos que os líderes da Troika saiam daqui com instruções claras do que deve ser feito. Mas nós defendemos que queremos ir ao parlamento para emendarmos a lei eleitoral e mesmo a Constituição para que as próximas eleições sejam justas e transparentes”, disse Thabane, um desertor do partido governamental, o Congresso para a Democracia do Lesotho (LCD).

Fazendo uma radiografia do encontro, Thabane disse que “o mesmo foi bom. Dissemos a eles o que está errado, bem como as causas da crise pós-eleitoral no nosso país. Esta crise está associada com a aplicação de uma modalidade de eleição dos deputados que é uma inovação em Africa”. Thabane referia-se ao modelo de “representação proporcional” que, na sua versão, permitiu que o partido governamental se apoderasse de 21 lugares no parlamento, alegadamente pertencentes a oposição.

O parlamento sutho tem 120 deputados, dos quais 80 eleitos através dos círculos eleitorais e os restantes 40 através da modalidade de “representação proporcional”. A oposição acusa o partido no poder de ter beneficiado desta modalidade, introduzida em 2002, para se apoderar de 21 assentos. Por seu turno, o Reverendo Daniel Rafube, do CCL, considerou o encontro de consultas como tendo sido uma oportunidade de encorajamento na mediação da crise. Rafube também defendeu emendas na lei eleitoral e mesmo na Constituição, justificando que estes instrumentos têm algumas lacunas que devem ser corrigidas.

O Reverendo disse ainda haver necessidade de os actores políticos dialogarem, frisando que “é falando que as coisas correm bem”. Até um pouco antes das 19 horas locais (mesma hora de Maputo), ainda decorria um outro encontro de consultas, mas desta feita com o partido governamental, o LCD. Prevê-se que a Sessão de trabalhos da Troika tenha lugar ainda na noite de segunda-feira, antes do último encontro com todos os actores envolvidos no diálogo político sutho.

No entanto, o Presidente Armando Guebuza deverá regressar a Maputo na manhã de Terça-feira. Para alem de Guebuza, participam no evento o Rei da Swazilândia, Mswati III, que desembarcou a meio da tarde de segunda-feira, e o ministro zambiano da defesa, Kalombo Mwansa, em representação do estadista zambiano, Rupiah Banda, vice-Presidente da Troika.

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