A Fundação Joaquim Chissano (FJC) e as empresas moçambicanas Charas Lda e Imox lançaram ontem, em Maputo, um projecto orçado em 100 milhões de dólares destinado a construir um total de 1.836 casas para jovens. Trata-se do projecto Casa Jovem que é promovido pela FJC, cujo patrono é o antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano.
O projecto foi depois concebido pela empresa Charas Lda, devendo ser implementado pela firma de desenvolvimento imobiliário ImoX. Além dos 1.836 apartamentos, o condomínio a ser construído no bairro da Costa do Sol, arredores da cidade de Maputo, contará com lojas, bancos, farmácias, parque infantil, posto policial, campos de prática de desportos, zonas verdes, entre outras facilidades.
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A casa mais barata, do Tipo Um, custa 25 mil dólares norte-americanos e a do Tipo Quatro tem o preço fixado em 120 mil dólares. A residência de Tipo Dois vai custar 45 mil dólares. Falando durante o lançamento deste projecto, Joaquim Chissano disse que a iniciativa terá um impacto positivo e “talvez mesmo duradouro” sobre a vida das pessoas. Por isso, as partes do mesmo devem dedicar-se para que os seus objectivos sejam alcançados com sucesso.
“Temos consciência plena de que o problema de habitação é de dimensão nacional, afectando a maioria dos moçambicanos, em particular os jovens. Por isso, lançamos o projecto Casa Jovem tendo em mente que estamos a contribuir para a solução de apenas uma parte do problema”, disse Chissano. “Na verdade, uma muito pequena parte de um vasto problema. Mas este é só o começo da nossa participação, como parceiros, na solução gradual de um problema que a todos afecta”, acrescentou o estadista moçambicano. Por seu turno, Erik Charas, da empresa Charas Lda, esclareceu que os beneficiários deste projecto são jovens com idades até aos 40 anos.
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Charas considera que este projecto constitui uma “oportunidade” para os jovens moçambicanos não só adquirirem uma casa, mas também para participarem na implementação da iniciativa através das mais variadas actividades. O projecto Casa Jovem surge numa altura em que Moçambique está a debater a sua política de habitação, a primeira do género no país desde a independência nacional proclamada há quase 35 anos, e apresenta-se como uma contribuição para resolver esse problema. O comunicado de imprensa da FJC sobre Casa Jovem indica que o projecto resulta da “problemática da juventude no que concerne a falta de habitação em Moçambique”.
Contudo, Erik Charas deixou claro que este projecto não é para todos os jovens, particularmente nesta primeira fase. Segundo ele, a primeira condição para ser ilegível é “ter um rendimento”. Como exemplo, ele disse que uma família constituída por um casal cuja totalidade dos rendimentos atinge 25 mil meticais (737) é capaz de pagar uma destas residências durante um período de 30 anos. Ele disse ser importante que as pessoas procurem se informar melhor sobre a iniciativa, pois podem ser seleccionadas numa outra altura ou podem encontrar melhores pacotes e pagamento de casa.
Refira-se que um dos possíveis pacotes permite o pagamento de cerca de oito mil meticais mensais durante 20 anos. Contudo, as regras dos bancos moçambicanos indicam que um individuo só pode ser descontado até um terço do seu salário para efeitos de amortização da divida. Assim, o indivíduo elegível para este pacote é aquele que aufere cerca de 25 mil meticais, isto é sete mil acima do ordenado mensal de um técnico superior com o nível de licenciatura.