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Jovem líder abre Coreia do Norte ao rock e à Disney

Com roqueiras de minissaia e personagens da Disney sobre o palco, o jovem ditador norte-coreano, Kim Jong-un, está a tomar medidas inéditas para levar um pouco mais de diversão ao seu regime repressor.

Kim Jong-un, que tem menos de 30 anos e assumiu o poder em Dezembro depois da morte do seu pai, mostrou-se contente com a apresentação, e os gerontocratas que o acompanhavam também aplaudiram com entusiasmo, como mostrou um vídeo de 100 minutos divulgado, Quinta-feira (120, pela TV estatal KRT.

Houve até mesmo uma insinuação de romance, cercada por mistério. Afinal, quem é a jovem que acompanhava Kim, sua esposa, amante ou irmã?

Alguns observadores na Coreia do Sul especularam que tratava-se duma cantora com quem ele namorou há alguns anos, até que o relacionamento fosse proibido pelo seu pai, Kim Jong-il.

Essa é uma das várias surpresas que Kim tem oferecido ao mundo desde que assumiu o poder na dinastia comunista instituída depois da 2ª Guerra Mundial por seu avô Kim Il-sung.

Desde então, a Coreia do Norte tornou-se o mais fechado país do mundo, imerso no isolamento, na miséria e na repressão.

Assim que o período oficial de luto terminou, o jovem Kim passou a ser visto a rir com os encarquilhados generais, a gesticular animado num desfile militar e, o que é mais chocante, a falar. A maioria dos norte-coreanos jamais pôde ouvir a voz do seu antecessor.

A rara apresentação de gala na Coreia do Norte aconteceu no Sábado (7), e incluiu no repertório a canção-tema do filme “Rocky”, uma versão da canção da Disney “It’s A Small World”, e o clássico “My Way”, imortalizado por Frank Sinatra, e cujo título (“meu jeito”) pode ser particularmente evocativo para a família Kim, que manda e desmanda na Coreia do Norte.

Num regime que faz frequentes e eloquentes ataques a tudo que vem dos EUA, chegou a ser bizarro ver no palco personagens da Disney, como o ursinho Pooh e a Minnie.

Não que a família seja alheia às coisas da Disney: em 2001, o irmão mais velho do jovem ditador, Kim Jong-nam, foi detido ao tentar entrar ilegalmente no Japão, supostamente para visitar a Disneylândia de Tóquio.

“A Coreia do Norte, que por tanto tempo recriminou a cultura norte-americana, exibiu músicas e filmes simbólicos dos EUA, e divulgou a apresentação por meio do seu canal oficial de TV.

“Isso mostra que Kim Jong-un está a preparar-se para uma abertura e reforma cultural”, disse Yang Moo-jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos, em Seul.

Antes da ascensão ao poder de Kim Jong-un, que estudou na Suíça, o entretenimento para os norte-coreanos restringia-se aos filmes patrióticos, circos e shows de mágica, sempre exaltando as virtudes do regime.

Há grande destaque também para as coreografias reunindo milhares de pessoas nas praças, muitas vezes com homenagens à aliada China.

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