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Jovem baleado mortalmente por recusar ordem da polícia

Um jovem de 22 anos idade foi alvejado mortalmente, última Quarta-feira(20), no bairro da Manga, cidade da Beira, por um agente da Polícia moçambicana (PRM) alegadamente por ter recusado dirigir a motorizada para uma esquadra da corporação naquela urbe do Centro do país.

 

 

Trata-se do jovem Manuel Domingos Ventura, que foi interpelado por volta das 21 horas de Quarta-feira pela PRM por estar numa motorizada sem iluminação. Na altura, Ventura estava na companhia de um seu amigo Enemene Toni, o motociclista.

A edição da Sexta-feira do “Diário de Moçambique” escreve que a vítima foi alvejada mortalmente por um agente da PRM, Inácio Lenarte Arcai, também jovem de 24 anos afecto a unidade da Força de Intervenção Rápida (FIR), alegadamente porque os dois se recusaram a dirigir a motorizada para a oitava esquadra da PRM.

“Depois de apresentarmos toda a documentação da mota, o polícia disse-nos para levarmos a mota para a Esquadra. Antes de nos pronunciarmos sobre a orientação, um dos agentes da polícia imobilizou o meu amigo e começou a espancá-lo. Na tentativa deste fugir, o polícia disparou directamente para o corpo do Ventura”, disse Enemene Toni.

Toni conta que deu boleia ao seu amigo Ventura para irem cobrar uma dívida num local distante. O caso levantou polémica, com o tio da vítima a deslocar-se ao local da ocorrência decidido a fazer justiça pelas próprias mãos contra o agente da FIR que tirou a vida ao seu sobrinho.

Contudo, ele encontrou o agente da FIR ainda furioso, que também esteve disposto a disparar contra o tio da vítima, de nome Luís Nhama, bem como contra a multidão que se aglomerou no local. Mesmo assim, Luís Castigo Nhama conseguiu arrancar a arma do tipo AKM ao agente da FIR, tendo tirado dela o carregador, na altura contendo 30 balas.

“O meu sobrinho não fez nada, não entrego este carregador antes do funeral do meu sobrinho. Outros polícias vieram aqui pedir o carregador, disseram-nos que se tratou de algo que sucedeu. Aquilo não é exactamente comportamento de um polícia, disparar directamente contra um cidadão, seja de que problema for”, disse ele.

Entretanto, o oficial de imprensa no Comando Provincial da PRM de Sofala, Mateus Mazibe, afirmou que tudo se deu no meio de ânimos exaltados.

“Numa situação de empurra-empurra, o cidadão baleado pretendia arrancar arma ao polícia”, explicou ele.

Mazibe disse ainda que o agente da polícia está sob controlo na unidade do Comando Provincial da PRM e haverá condições de recuperar o carregador da arma ora nas mãos do tio do finado. Contudo, testemunhas oculares dizem que o referido agente da FIR estava sob efeito de álcool. Mas Mazibe negou essas acusações, justificando que, para se apurar tal alegação, passa necessariamente por um teste alcoolémico.

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