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Jornalistas “portugueses” pedem a Filipe Nyusi soltura de Amade Abubacar e lembram que a sua detenção priva população de informação

O Presidente da República, Filipe Nyusi, deve envidar esforços para a “libertação imediata” do jornalista Amade Abubacar, detido na província de Cabo Delgado, insta a Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa (FJLP), sediada no Brasil.

Segundo aquela agremiação, para além do que se passa com Amade Abubacar, os jornalistas da Comunidade do Países de Língua Portuguesa (CPLP), recebem, apavorados, notícias de que os seus colegas estrangeiros e locais têm sido impedidos de trabalhar e são detidos de forma arbitrária, o que é uma afronta à democracia.

De 32 anos de idade, o jornalista da Rádio Comunitária Nacedje e colaborador da Zitamar News foi detido no dia 05 de Janeiro deste ano, por militares e em pleno trabalho, no distrito de Macomia.

Na altura, ele entrevistava e fotografava civis que chegavam à vila de Macomia, à procura de refúgio na sequência dos ataques perpetrados por grupos armados, desde 05 de Outubro de 2017.

Há 63 dias em que ele está a ver o sol aos quadradinhos na penitenciaria de Mieze (Cabo Delgado), acusado pelas autoridades judiciais de “instigação pública com recurso a meios informáticos”.

A FJLP endereçou um ofício ao Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas, a sensibilizá-lo e a requerer os seus esforços na “libertação imediata” do jornalista.

A liberdade do visado “é urgente e fundamental” e para que ele continue a realizar o seu trabalho e necessário que lhe sejam assegurado os seus direitos constitucionais (…).

Aquela agremiação diz ainda que as entidades profissionais e de defesa dos direitos humanos em todo o mundo condenam a acção de militares sobre jornalista no exercício da profissão, mormente quando não há mandado das autoridades judiciais.

Amade foi detido e privado do direito à defesa, negado a possibilidade de responder em liberdade aos crimes de que é acusado, refere a FJLP, salientando que não pretende “questionar a acção” das FDS em Cabo Delgado na “defesa da soberania”, mas sim, vincar que é importante que os cidadãos tenham garantido o “direito de acesso às informações que lhes são importantes”.

Adicionalmente, “na era da globalização”, o mundo “precisa saber das atrocidades cometidas contra as comunidades da região norte de Moçambique” e, para o efeito, “o trabalho de jornalistas locais e internacionais é de extrema importância”.

O Estado deve “garantir trabalho com segurança” a esses profissionais.

Assim, as autoridades moçambicanas devem, no entender da FJLP, não só libertar Amade, como também criar condições de trabalho seguras e acesso sem intimidações às fontes de informação.

O organismo, que em Setembro deste ano vai refrescar a sua direcção (rotativa), congrega jornalistas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Macau (China) e Goa (Índia).

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