Um grupo de jornalistas portugueses e espanhois que cobrem o Mundial da África do Sul foi vítima de um assalto a mão armada e teve roubados seus computadores e câmeras por um grupo de homens armados no seu hotel nos arredores de Johannesburgo, anunciou polícia. Dois agressores invadiram durante a noite de terça-feira o hotel Nudbush Lodge, localizado nas proximidades da cidade de Magaliesburg, onde se hospedam jornalistas espanhois e portugueses e que se encontra perto do local onde a seleção portuguesa tem sua base no Mundial.
“No total, quatro quartos do hotel foram roubados”, contou o fotógrafo português Antonio Fimoes à AFP. “Fui o único que acordou quando eles entraram. Perguntei o que estavam a fazer. Então um deles, que estava armado, apontou-me a pistola contra a cabeça e mandou-me calar a boca. Enquanto isso, o outro ladrão começou a tirar as coisas do armário e das malas e atirar tudo ao chão”, contou ainda o fotógrafo. “Levaram o material fotográfico e informático, o passaporte e a roupa. Nos outros quartos, onde as pessoas não acordaram só levaram o que encontraram a seu alcance”.
A credencial do fotógrafo português foi encontrada mais tarde por cães policiais nas proximidades do hotel. Segundo o site do jornal esportivo espanhol Marca, um de seus jornalistas, Miguel Serrano, foi um dos assaltados. “Enquanto dormia no Hotel Nutbush Boma Lodge, os ladrões entraram no seu quarto e levaram tudo que podiam: passaporte, 3.000 euros, telemóveis, computadores portáteis, malas, roupa”, contou o jornal.
“Felizmente, não houve feridos ou disparos”, afirmou, por sua parte, o porta-voz da polícia, Hangwani Mulaudzi, falando à televisão. “Esperamos deter em breve os autores do roubo”, acrescentou.
A segurança é uma das principais preocupações dos organizadores do Mundial. A África do Sul tem um índice de criminalidade recorde, com 50 homicídios diários. O roubo aconteceu depois da última partida de preparação de Portugal para o Mundial, que os portugueses venceram de 3 a 0 contra Moçambique em Johannesburgo.
No final de maio, cerca de 2.000 dólares foram roubados num hotel da equipe da Colômbia, que viajou ao país para disputar uma partida amistosa. O roubo ocorreu durante a ausência dos jogadores.
Consciente do problema, o país investiu 1,3 bilhão de rands (cerca de 130.000 euros, 155.000 dólares) para reforçar seu dispositivo de segurança e contratou 44.000 agentes extras antes do Mundial, elevando seus efetivos para mais de 180.000 pessoas.