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Japão sai da recessão

O Japão se tornou o terceiro país desenvolvido a sair da recessão, depois de Alemanha e França, ao anunciar que sua economia voltou a registrar crescimento, entre abril e junho, depois de quatro trimestres consecutivos de contração.

O Produto Interno Bruto (PIB) da segunda maior economia mundial cresceu 0,9% no segundo trimestre na comparação com os três meses anteriores, graças à retomada das exportações e aos pacotes de estímulo do consumo interno, apesar da queda contínua do investimento empresarial. Este dado está globalmente de acordo com as previsões dos economistas, que esperavam em média uma alta de 1%, segundo pesquisa da agência DowJones Newswires.

O número interrompe a série que afundava o país na recessão mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com quedas do PIB de 3,1% no primeiro trimestre deste ano e de 3,5% no último de 2008. O resultado do segundo trimestre de 2009 representa ainda um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2008. A economia nipônica estava em recessão desde o segundo trimestre de 2008, em consequência da queda expressiva das exportações de veículos, produtos eletrônicos e outros itens, provocada pela crise mundial.

A situação mudou no período abril-junho, que registrou alta de 6,3% do faturamento externo, o primeiro em cinco trimestres. O investimento público cresceu 8,1% em relação ao trimestre anterior e o consumo das famílias subiu 0,8%. Mas o investimento em capital caiu 4,3%. Os dados refletem o impacto dos vários pacotes de estímulo lançados desde o ano passado pelo governo, com valores equivalentes a 5% do PIB. Entre as medidas figuram a distribuição de dinheiro a cada família japonesa e as ajudas para compras de veículos “limpos”, que reanimaram o setor automobilístico.

O primeiro-ministro Taro Aso, que segundo as pesquisas pode sofrer uma dura derrota nas eleições legislativas de 30 de agosto, saudou o fim da recessão. Ao mesmo tempo, admitiu que a população “ainda não sentiu realmente os efeitos da recuperação”. A recuperação das exportações se deve principalmente aos planos de estímulo adotados por outras grandes economias mundiais, que dinamizaram a demanda global de produtos nipônicos. Os analistas, no entanto, permanecem prudentes sobre perspectivas econômicas, já que temem uma desaceleração da atividade ao fim das ajudas estatais. Apesar da alta do PIB, a taxa de desemprego do Japão voltou a registrar o índice máximo nos últimos seis anos em junho, a 5,4%, próximo do recorde histórico.

O número de desempreados no país subiu 30% em um ano. A Bolsa de Tóquio ignorou completamente o fim da recessão e o índice Nikkei fechou a segunda-feira em queda expressiva de 3,10%, atribuída à valorização do iene, à baixa em Xangai (-5,79%) e outros elementos. O Japão é o terceir país do G7 a sair da recessão. Na semana passada, Alemanha e França, as duas principais economias da zona euro, anunciaram altas idênticas de 0,3% do PIB no segundo trimestre em comparação com os três primeiros meses do ano.

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