O Japão está interessado em adquirir cereais oleaginosos produzidos através de métodos orgânicos nas províncias de Nampula e Zambézia, segundo dados em nosso poder que apontam para o mês corrente a assinatura de um acordo com uma firma daquela nação asiática para o fornecimento de quantidades de soja que rondam entre 200 a 300 toneladas anuais.
Consultores de uma reputada companhia nipónica denominada Itochu corporation encontram-se, desde semana passada, a trabalhar no distrito de Gurúè, na província central da Zambézia, considerada o centro da produção de soja na região centro-norte.
O objectivo da sua deslocação àquela região, de acordo com Gerson Daniel, gerente da Ikuru, empresa de comercialização de insumos e produtos agrícolas de Nampula, que lidera o processo, tem como objectivo principal certificar as capacidades existentes ao nível local para produção e formas de armazenamento da soja produzida pelos camponeses do sector familiar e associativo.
Basicamente, a equipa de consultores daquela companhia nipónica com larga experiencia no uso da soja para várias finalidades no contexto alimentar, pretende certificar que os Produtores Associados da Zambézia e Nampula usam fertilizantes orgânicos no processo de produção.
E, adicionalmente, avaliar o padrão de qualidade de armazenamento da soja de forma a não sofrer ataques que possam influenciar a sua qualidade.
Gerson Daniel avançou que a Itochu Corporation está interessada em processar a soja que vai adquirir nas províncias do centro e norte do país para a produção de óleo alimentar e leite.
Do bagaço daquela oleaginosa que, em Nampula, é produzida nos distritos de Malema e Ribáuè, extraem-se rações para alimentar diversas espécies de gado.
A fonte do Wamphula Fax revelou que algumas organizações não governamentais e empresas privadas, que desenvolvem programas de fomento da soja em Nampula e Zambézia, mostram-se interessadas em adquirir quantidades de sementes daquela cultura como forma de acelerar o processo de produção para fazer face à demanda no mercado.
Até ao momento, um lote estimado em 200 toneladas de sementes de soja foi comprado pelas ONGs e empresas privadas que fomentam a cultura em Nampula e Zambézia.
Outras culturas produzidas na província de Nampula cujos volumes não satisfazem neste momento o mercado, são amendoim e gergelim, de acordo com Gerson Daniel, que atribui à estagnação dos níveis de produção nos últimos tempos como a principal razão.
Pelo que, na sua óptica, devem ser repensadas as estratégicas em curso afim de estimular o crescimento daquela região dotada de elevado potencial para a prática daquela cultura.