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Itália 2 – Eslováquia 3: campeões do Mundo eliminados

Itália 2 - Eslováquia 3: campeões do Mundo eliminados

A Copa do Mundo da FIFA não verá um bicampeão na África do Sul. Aliás, simplesmente não verá mais os atuais campeões. O que vinha sendo anunciado desde os primeiros momentos de futebol sem brilho dos italianos transformou-se em realidade esta quinta-feira no Ellis Park, em Johanesburgo.

A Itália passou praticamente toda a partida – desde que sofreu o primeiro golo da Eslováquia, aos 25 minutos – precisando de um golo, o golo do empate, para assegurar sua sofrida classificação aos oitavos de final. Mas as duas reações da equipe de Marcello Lippi chegaram tarde demais. Os eslovacos venceram uma partida eletrizante por 3 a 2, com dois de Robert Vittek, agora artilheiro do Mundial ao lado do argentino Gonzalo Higuaín, e terminaram em segundo lugar no Grupo F com quatro pontos. Após o empate sem golos com a Nova Zelândia em Polokwane, o Paraguai terminou sua campanha na liderança, com cinco pontos. A Itália acabou numa melancólica última posição.

Foi a quarta vez na história que um campeão mundial sequer passou da fase de grupos em sua defesa do título – a própria Itália passara por isso em 1950 (situação atenuada pelos intervalo de 12 anos entre um Mundial e outro), além do Brasil em 1966 e da França em 2002.

No primeiro instante de jogo, a prometida força ofensiva dos italianos – com Antonio Di Natale na vaga de Alberto Gilardino e Simone Pepe mais avançado – pareceu ser mais do que verdadeira. Com alguns segundos, da intermediária, Di Natale acertou um remate forte que passou rente a baliza de Jan Mucha. Mas era só a primeira impressão.

Não demorou para que a Eslováquia, que precisava do resultado tanto quanto os italianos, assumisse o controle do jogo e, aos poucos, começasse a criar perigo. Marek Hamsik, médio do Napoli cotado para ser o grande destaque do pais na Copa, começou a engrenar sua melhor apresentação após dois jogos discretos diante de Paraguai e Nova Zelândia. A partir dos 15 minutos, não é exagero dizer que a Eslováquia mandava no jogo.

A marcação sob pressão no campo de defesa italiano deu frutos aos 25 minutos, quando Daniele De Rossi errou um passe infantil na intermediária. Juraj Kucka recuperou e foi veloz para servir Robert Vittek com precisão. O camisa 11 eslovaco bateu cruzado e marcou seu 21º golo com a camisa de seu pais – o que fez dele o segundo maior artilheiro da história, com um a menos do que Szilárd Németh.

Foi preciso sofrer o golo, além de mais uns minutos de superioridade eslovaca, para que a Itália enfim conseguisse ter um pouco mais de presença, nos últimos minutos do segundo tempo. Mas, ainda assim, muito menos do que a intensidade que se espera de um campeão mundial batalhando para manter-se vivo na defesa do título.

No segundo tempo, já não havia remédio: a Itália, de alguma forma, precisava aproximar-se da baliza eslocava. Para isso, Marcello Lippi trocou Riccardo Montolivo por um terceiro atacante de ofício – , Fabio Quagliarella – além de Christian Maggio no lugar de Domenico Criscito e, aos 11 minutos, Gennaro Gattuso por Andrea Pirlo. Não é que o cenário tenha mudado completamente, mas ao menos viu-se a Squadra Azzurra com mais posse de bola e presença na área.

A equipa criou boas chances com Di Natale e, aos 21, esteve a um centímetro da baliza, literalmente. Após cobrança de canto, Quagliarella ficou com a sobra e bateu firme. A bola passou pelo guarda-redes, mas Martin Skrtel salvou em cima da linha.

O jogo transformou-se naquilo que tem se tornado uma constante nessas partidas decisivas da fase de grupos da África do Sul 2010: uma troca constante de ataques de lado a lado, sem interrupção. No caso, a Itália tentando atacar e a Eslováquia levando perigo com seus contra-ataques velozes. Era questão de os campeões mundiais classificarem-se com o golo de empate ou darem adeus de vez ao levar o segundo.

Acabou acontecendo a segunda opção: após cobrança de um canto de Hamsik, a bola foi rebatida e voltou para o próprio meia do Napoli. De primeira, ele cruzou para Vittek marcar o seu segundo no dia. Parecia o fim, mas foi então que a tal força ofensiva que Lippi pretendia imprimir ao longo de toda a partida apareceu.

Com Quagliarella, Di Natale e Iaquinta juntos, mais a chegada de Pirlo e Pepe, os italianos enfim foram para cima. O jogo continuou quente. Aos 35 minutos, Quagliarella fez grande jogada passando por três defensores, tabelou com Iaquinta e bateu. O guarda-redes Mucha defendeu, mas, no ressalto, Di Natale diminuiu.

O cenário ataque x contra-ataque foi levado ao extremo, e os italianos estiveram a ponto de conseguir o sonhado empate. Mas, então sim, era questão de tudo ou nada para a Itália – eliminação definitiva ou a suada vaga.

Já eram 44 minutos quando enfim os campeões poderiam ficar com pinta de derrotados: Kamil Kopunek, que acabara de entrar, invadiu a área e tocou por cima de Federico Marchetti. Três a um, fim da linha? Nem tanto. Ainda era tempo de, aos 47, Quagliarella marcar um golaço por cobertura para diminuir outra vez o placar.

Valia tudo: aos 50 minutos, Pepe ainda ficou com o rebote de um lateral dentro da área e bateu ao lado da baliza. Já não se sabia mais o que esperar. Jogaço no Ellis Park para tornar ainda mais histórico um momento que, por si, já o era: os campeões eliminados na primeira fase, como últimos do grupo.

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