Israel afirmou, esta Terça-feira, que estabeleceu um mecanismo para ajudar os palestinos em caso de terremoto grave.
Um tremor de magnitude 5,5 sacudiu Israel e a Cisjordânia ocupada, Sexta-feira, lembrando os moradores da sua vulnerabilidade, uma vez que a região fica numa continuação do vale do Rift, falha geológica no nordeste da África.
“A premissa de trabalho é que eles (os palestinos) não têm meios para lidar com um desastre desses por conta própria”, disse Alon Rozen, director-geral do Ministério da Defesa Civil de Israel.
Como Israel controla a Cisjordânia, o país receberia um centro de distribuição de ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU) em caso de terremoto grave, recebendo doações internacionais destinadas aos israelitas e aos palestinos.
O último grande terremoto na região, em 1927, matou centenas de pessoas. Factos como esses tendem a repetir-se a cada 80 a 90 anos. Rozen disse que Israel decidiu, ano passado, dedicar mais atenção à preparação contra terremotos.
“O aspecto da ajuda internacional para os palestinos foi algo com que tivemos de lidar. Em Setembro passado, percebemos que era uma deficiência.”
Um funcionário da ONU confirmou que houve coordenação com Israel, mas os palestinos disseram que não foram consultados.
“Pedimos às Nações Unidas anos atrás para criar corredores seguros para a recepção de ajuda estrangeira em caso de catástrofe”, disse o general Ahmed Rezek, chefe da Defesa Civil palestina.
Um militar israelita de alta patente disse que as suas forças estão de prontidão para prestar socorro aos colonos judeus da Cisjordânia, mas não para ajudar a população palestina, que é muito maior.
“Caso eles solicitassem ajuda, tenho certeza de que ficaríamos felizes em fornecê-la”, disse o oficial, que pediu anonimato.
O funcionário da ONU, que também não quis se identificar, afirmou que a solicitação palestina para assistência israelita na Cisjordânia seria o procedimento padrão nesses casos.
Mais complicada seria a situação da Faixa de Gaza, território palestino litoral que está sob governo do grupo islâmico Hamas, hostil a Israel.
Rozen disse que Israel já manteve discussões preliminares internas sobre como fornecer ajuda de emergência a Gaza, que está sob bloqueio comercial de Israel.