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Israel contesta as negociações entre Irão e potências

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse, esta Terça-feira, que só irá convencer-se da inexistência dum programa iraniano de armas nucleares se Teerão abandonar o enriquecimento de urânio, desfazer-se do que já produziu e destruir os meios para a produção de mais material.

“Esse é o verdadeiro teste. Sem isso não há nada”, disse ele numa conferência sobre assuntos estratégicos em Tel Aviv.

Ele afirmou que as seis potências mundiais que encerraram, semana passada, uma segunda rodada de negociações com o Irão precisam de adoptar uma postura mais rígida. Uma nova rodada de discussões foi marcada para os dias 18 e 19 de Junho em Moscovo.

“Eles não só precisam de fortalecer as sanções, eles precisam também de fortalecer as suas exigências com relação ao Irão, pelas quais impuseram as sanções”, disse o primeiro-ministro direitista.

Netanyahu reiterou que, além de suspender totalmente o enriquecimento, o Irão precisa de remover do seu território todo o material já enriquecido, além de desmantelar a instalação nuclear fortificada nos arredores da cidade de Qom.

“Só um compromisso iraniano claro de cumprir essas três exigências e uma verificação explícita de que isso foi feito poderá parar o programa nuclear do Irão. Essa precisa de ser a meta das negociações”, afirmou.

O Irão insiste no carácter pacífico do seu programa nuclear e diz que não abrirá mão de enriquecer urânio até um grau de pureza compatível com usos civis.

Para o uso nas armas nucleares, é preciso refinar o urânio até um percentual de pureza superior a 90 por cento.

Muitos analistas e diplomatas dizem que não poderá haver acordo entre o Irão e as potências mundiais num futuro próximo se não houver concessões mútuas. As negociações envolvem Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha.

De acordo com uma fórmula em cogitação, o Irão limitaria o nível de pureza do seu urânio enriquecido, e aceitaria inspecções mais intrusivas da Organização das Nações Unidas, em troca dum alívio nas sanções internacionais que actualmente afectam o país.

Antes das declarações de Netanyahu, seu vice, Moshe Yaalon, disse que as negociações de Bagdad não tiveram resultados concretos além de permitir que “o Irão ganhe mais tempo”.

“Não houve nenhum resultado significativo excepto os iranianos ganharem mais umas três semanas para manter o seu projecto nuclear, até a próxima reunião em Moscovo”, disse ele à Rádio do Exército.

“Para o meu pesar, não vejo nenhum senso de urgência, e talvez seja até do interesse de alguns actores no Ocidente esticar o tempo, o que, certamente, encaixar-se-ia com o interesse iraniano.”

Israel vê o programa nuclear iraniano como uma ameaça à sua própria existência, e não descarta uma acção militar contra as instalações islâmicas da República Islâmica.

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