O director-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), João Ribeiro, considera que as inundações registadas ao longo do vale do Zambeze, Centro de Moçambique, ainda não atingiram níveis alarmantes. Esta semana, toda a zona baixa do rio Zambeze ficou completamente inundada devido ao aumento das descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) para cinco mil metros cúbicos por segundo para responder ao elevado volume de água proveniente dos países vizinhos localizados a montante, com destaque para a Zâmbia e Angola.
Na sequência destas descargas, toda a zona baixa do Zambeze ficou inundada, afectando culturas diversas em Tambara, Chemba, Caia, Marromeu, Mutarara, Morrumbala, Mopeia e Luabo, nas províncias de Manica, Sofala, Tete e Zambézia, respectivamente. Só em Chemba, estas inundações afectaram severamente um total de 17 ilhas, arrasando pelo menos 726 hectares de maçaroca, hortícolas, feijões e batata-doce.
João Ribeiro disse ao ‘Jornal Noticias’ que já foram reactivados os Comités Locais de Gestão de Riscos de Calamidades implantados em toda a bacia do Zambeze. Com a coordenação das autoridades administrativas, estes órgãos estão a proporcionar uma maior vigilância e monitoria do actual cenário.
Por outro lado, Ribeiro assegurou que a sua instituição está atenta ao evoluir da situação, estando a trabalhar estreitamente com a HCB. Segundo ele, as actuais descargas constituem uma acção normal que acontece por estas alturas do ano essencialmente para permitir a manutenção das comportas.