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INSIDA constata falta de conhecimento sobre HIV/SIDA

A versão preliminar do Inquérito Nacional de Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre o HIV/SIDA (INSIDA), em Moçambique, estima em apenas um terço da população de 15-49 anos de idade com conhecimento geral sobre a epidemia.

O inquérito adianta igualmente que somente uma pequena porção deste universo expressa atitudes de aceitação em relação as pessoas que vivem com o HIV/SIDA e, em termos globais, os avanços feitos são muito reduzidos nas províncias de Tete (centro) e Inhambane (sul). A constatação está inserida na versão preliminar do INSIDA, sem dados da situação de prevalência, que foi apresentada hoje, em Maputo, devendo a versão contendo esta informação sair em Junho próximo.

O inquérito nacional de prevalência, riscos comportamentais e informação sobre o HIV/SIDA no país foi desenhado tendo em vista fornecer dados a nível nacional e provincial que permitam avaliar os factores e comportamentos de risco à infecção por HIV e determinar a prevalência da doença na população em geral. A recolha de dados e de amostras de sangue, que decorreu de Junho a Outubro de 2009, envolveu um total de 6.232 agregados familiares.

Deste universo, sendo 122 nas zonas rurais e 148 nas urbanas. Nos agregados entrevistados foram identificados 6749 mulheres de 15-54 anos, 6413 das quais foram entrevistadas, o correspondente a taxa de resposta de 95 por cento. Foram identificados 5319 homens da mesma idade, tendo sido entrevistados 4799, o correspondente a taxa de resposta de 90 por cento. O INSIDA incluiu diversas questões que exploram o conhecimento dos inquiridos sobre o HIV/SIDA e consciência destes sobre os modos de transmissão do HIV.

O estudo contemplou ainda questões sobre o conhecimento dos inquiridos a respeito das formas de prevenção do vírus. Assim, o estudo constatou que as mulheres e homens em idade reprodutiva têm mais conhecimento geral sobre o HIV/ SIDA. As mulheres, numa percentagem 98 por cento, e os homens em 99 por cento disseram já ter ouvido falar no HIV/SIDA.

Este nível de conhecimento, segundo a versão preliminar do INSIDA, é bastante alto nos outros grupos populacionais. Contudo, no geral, o nível de conhecimento é ligeiramente baixo entre as mulheres e homens de Inhambane (92 e 94 por cento respectivamente), e entre as mulheres de Manica (94 por cento).

O estudo aponta, por outro lado, que o nível de conhecimento sobre o HIV é bastante alto entre os adolescentes de 12 a 14 anos. Nesta faixa, 88 por cento das raparigas e 86 dos rapazes já ouviram falar do HIV/SIDA. O nível de conhecimento sobre o HIV/ SIDA cresce rapidamente com a idade, com 84 por cento entre as raparigas de 12 anos, para 94 por cento entre aquelas que tem 14, e 79 a 93 entre os rapazes com as mesmas idades.

O conhecimento sobre os métodos de prevenção do HIV/SIDA é bastante difundido entre adultos de 15 a 49 anos. Cerca de três quartos dos adultos (73 por cento das mulheres e 76 por cento dos homens) sabe que ter apenas um parceiro sexual não infectado e fiel pode reduzir o risco de infecção pelo vírus. Quase a mesma proporção de mulheres (71 por cento) e de homens (74 por cento) diz que o uso do preservativo em todas as relações sexuais pode reduzir o risco de infecção pelo vírus HIV. No entanto, o estudo aponta que além de conhecer os modos eficazes de prevenção do HIV, é também útil que as pessoas saibam distinguir que concepções sobre a infecção por HIV são erradas.

As concepções erradas mais comuns sobre a transmissão do HIV incluem pensar que todas as pessoas infectadas pelo HIV aparentam estar doentes, e a crença de que o vírus possa ser transmitido através da picada do mosquito, pela partilha de comida com alguém que esteja infectado, ou através de meios sobrenaturais.

O Ministro da Saúde, Ivo Garrido, saudou o relatório cuja versão final estará pronta até Dezembro do corrente e afirmou que o mesmo contribuirá na eliminação de vários mitos entre eles a falsa concepção de que em Moçambique toda a gente sabe sobre o HIV/SIDA. Garrido disse igualmente o estudo coloca a necessidade de intensificar a educação sanitária sobre o HIV/SIDA. Referir que o INSIDA é o primeiro inquérito nacional, de base comunitária, sobre o HIV e outros aspectos relacionados, em Moçambique.

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