Homens fortemente armados invadiram nesta terça-feira um hotel de luxo em Trípoli geralmente usado por autoridades líbias de primeiro escalão e delegações visitantes e mataram pelo menos nove pessoas, incluindo estrangeiros, antes de se explodirem com uma granada.
Houve tiroteio dentro do Corinthia Hotel, de cinco estrelas, e forças de segurança retiraram os hóspedes, incluindo o primeiro-ministro de Trípoli e uma delegação norte-americana, depois que pelo menos dois homens armados realizaram explosões na segurança e recepção do edifício.
Foi um dos piores ataques voltados a estrangeiros desde a guerra civil de 2011, que derrubou Muammar Khaddafi e dividiu o país norte-africano produtor de petróleo em feudos de grupos armados, com dois governos nacionais que reivindicam legitimidade.
Um grupo militante associado aos insurgentes do Estado Islâmico no Iraque e na Síria assumiu a responsabilidade pelo ataque ao hotel como uma vingança pela morte de um suposto agente líbio da Al Qaeda nos Estados Unidos, de acordo com o serviço de monitoramento SITE.
Mas as autoridades de Trípoli que criaram o seu próprio governo autoproclamado culparam ex-aliados de Khaddafi empenhados em assassinar seu primeiro-ministro, que estava no hotel, e disseram que ele foi resgatado sem ferimentos.
“Os agressores abriram fogo no interior do hotel, matando quatro estrangeiros, dois homens e duas mulheres, que se acredita serem de países do Leste Asiático”, disse o chefe de segurança de Trípoli, Omar Khadrawi, à Reuters. “Quando os agressores estavam completamente cercados pelas forças de segurança, um deles detonou uma granada.”
O porta-voz de segurança de Trípoli, Essam Naas, disse à Reuters que um norte-americano e um francês estavam entre os cinco estrangeiros mortos. Ele afirmou que os outros estrangeiros que morreram no hotel eram asiáticos, mas não revelou as nacionalidades.
Um oficial de segurança também foi morto nos confrontos e três guardas morreram quando os atiradores detonaram um carro-bomba no estacionamento em frente ao hotel.
A Líbia está mergulhada num conflito entre duas facções rivais, uma delas com o governo reconhecido internacionalmente, e a outra com forças do “Amanhecer Líbio”, que tomaram a capital, Trípoli, e instalaram seu próprio governo.
Ambos afirmam que são os governantes legítimos da Líbia. Mas em meio ao caos pós-revolta, os grupos armados cresceram em poder e controle de território.