A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve um homem de 47 anos, na província da Zambézia, Centro, que matou a mãe à paulada, por alegadamente ser feiticeira e culpada pelo seu insucesso profissional. Segundo o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Raul Freia, que falava em conferência de Imprensa, as primeiras investigações feitas no local indicam que o homem matou a mãe por “motivos supersticiosos”.
“Ele responsabilizava a mãe pelo insucesso da vida e nos seus negócios”, explicou Raul Freia. O homem foi detido há uma semana, na localidade de Madal-Nicoadala, cidade de Quelimane, Zambézia, e está indiciado no crime de homicídio qualificado voluntário.
“É preciso participarmos na educação das pessoas, é um caso que não se resolve apenas com medidas policiais”, frisou o porta-voz da PRM. Em Moçambique são recorrentes os casos de homicídio, tráfico e extracção de órgãos humanos ligados à feitiçaria.
“Geralmente, as vítimas (na maioria das vezes mulheres jovens e crianças) primeiro são ameaçadas e depois é que são consumados os factos (os assassínios). As vítimas (alegadas feiticeiras) são acusadas de estarem a causar mau estar ou de matar algum parente (do agressor) por feitiçaria, por isso são retribuídos pela morte”, explicações dadas pelo procurador-chefe distrital de Mossurize, em Manica (um dos locais onde se assistem frequentes actos horrorosos), no início de mês.
Na ocasião, as autoridades judiciais do distrito mostraram-se preocupadas com o aumento dos casos, sendo que, por mês, pelo menos três casos de assassínios ligados à feitiçaria dão entrada no Ministério Público.
Só em Mossurize, numa semana, a Polícia registou os homicídios de duas mulheres e filhas menores (de dois e 10 anos), barbaramente assassinadas por supostamente terem causado “males de amor” às famílias dos agressores.