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Helena Taipo recusa-se a entregar escola mal reabilitada

A Ministra moçambicana do Trabalho , Helena Taipo, recusa-se a entregar formalmente uma escola reabilitada na localidade de Facazissa, distrito de Magude, na província meridional de Maputo, por discordar com a qualidade da obra a cargo da empresa “Organizações Pintécnica”.

A reabilitação da escola é parte integrante de um pacote no valor de 13 milhões de meticais (cerca de 420 mil dólares norte-americanos) para a implementação de programas de reinserção social de ex-mineiros e suas respectivas famílias nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane, no Sul do país.

O facto ocorreu última Segunda-feira quando a ministra se deslocou `aquela localidade para entregar insumos para a actividade pecuária e uma escola primária completa à “Associação dos ex-Mineiros” na África do Sul.

Para os residentes daquela região, esta escola que foi inaugurada a 6 de Junho de 1966 reveste-se de um significado especial pelo facto de a sua construção ter sido financiada pelo primeiro Presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Eduardo Mondlane.

“A escola não está concluída. Por isso não vai ser entregue hoje”, disse Taipo, manifestando a sua insatisfação com a má qualidade das obras. “A escola pode ser usada. Mas não vou entregar porque quero que o empreiteiro venha rectificar os erros cometidos”, frisou a Ministra.

Na ocasião, Ela entregou seis juntas de bois, incluindo os seus kits, para ajudar a associação dos antigos mineiros a aumentar as suas áreas de cultivo, e uma carroça de tracção animal para escoar a produção até aos mercados. Falando a imprensa no término da cerimónia, Taipo disse que “o problema tem a ver com os acabamentos que devem estar em conformidade”.

“Nós sabemos que viemos aqui apoiar aquilo que foi um compromisso com uma escola que tanto sofreu. Temos que entregá-la de uma boa maneira. Portanto, os acabamentos estão muito mal feitos, ainda não foram colocados os aros das janelas, mesmo as casas de banho não estão condignas, por isso apelamos a empresa para que melhore o seu trabalho”, disse a ministra.

Na ocasião, Taipo prometeu regressar a Facazissa para entregar formalmente a escola, logo que tiverem sido rectificadas as irregularidades detectadas.

“Nós queremos entregar uma escola em condições. Eu pessoalmente voltarei cá para fazer a entrega da chave desta escola”, conclui Taipo. A escola, com cinco salas de aulas, possui um total de 421 alunos.

Após a conclusão dos seus estudos no estrangeiro, Mondlane regressou a Moçambique a 26 de Janeiro de 1961, tendo visitado a paroquia Antioca, paróquia-mãe das igrejas Presbiterianas do Rovuma ao Maputo.

Uma mensagem do secretário do bairro, e que foi entregue a ministra, refere que durante a sua estada no país, Mondlane manteve encontros com o missionário suíço de nome George Andrié, com o arquitecto português Miranda Guedes e o seu amigo de longa data Daniel Dimene, tendo prometido construir uma escola de raiz com dois pisos.

Contudo, quando a planta foi apresentada na direcção das obras públicas do então distrito de Gaza, vila João Belo, actualmente Xai-Xai, foi rejeitada pelas autoridades portuguesas.

Mondlane ofereceu dinheiro para a construção da referida escola como forma de agradecimento pelo apoio recebido pela igreja suíça que lhe oferecera uma bolsa de estudo até a conclusão da sua formação.

Após a independência nacional, em 1975, a escola foi nacionalizada, tendo sido atribuído o nome de Escola Primaria de Facazissa. Quase no fim do conflito armado, a escola foi alvo de um ataque que danificou o tecto.

Por isso, os residentes aproveitaram a ocasião para pedir a ministra a mudança do nome daquele estabelecimento de ensino para “Escola Primária Eduardo Mondlane”.

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