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HCM desmente crise de alimentos para doentes internados

O Hospital Central de Maputo (HCM) garante haver comida em quantidade e qualidade suficientes para alimentar os doentes internados, apesar desta unidade sanitária estar a sofrer limitações orçamentais.

O facto foi anunciado esta sexta-feira, em Maputo, pelo administrador da maior unidade sanitária de Moçambique, Zacarias Zindoga, falando em conferência de imprensa para desmentir notícias postas a circular alegando que os doentes internados no HCM estariam a passar fome devido a falta de comida, bem como abordar outras questões relacionadas com o seu funcionamento. “O nosso orçamento não atende suficientemente as todas nossas necessidades, mas nunca tivemos problemas de alimentação e nem de material de higiene e limpeza”, disse Zindoga, acrescentando que “continuamos a ter todas as refeições, com fruta quando necessário. Não mudou nada, é verdade que queremos que as coisas melhorem, dependendo das nossas capacidades financeiras”.

Segundo a fonte, o HCM continua a funcionar normalmente e os seus armazéns possuem quantidades consideráveis de alimentos. Contudo, Zindoga reconhece que o HCM continua a debater-se com constrangimentos orçamentais, que se traduzem em dívidas acumuladas junto dos fornecedores de produtos alimentares e material de higiene e limpeza. Aliás, a instituição transitou de 2010 para 2011 com uma dívida calculada em 62 milhões de meticais, um montante equivalente a pouco mais de dois milhões de dólares. Quando recebeu o orçamento deste ano, o HCM pagou a referida dívida, mas voltou a acumular outra no valor de 20 a 30 milhões de meticais. Por isso, a instituição manifesta o seu apreço com os fornecedores que continuam a fornecer produtos ao HCM, mesmo cientes dos atrasos nos pagamentos. “Há perspectivas de pagamento, mas não sabemos quando”, explicou a fonte, sublinhando ter havido encontros, ao mais alto nível, entre os Ministérios da Saúde e das Finanças, para analisar o problema que o HCM enfrenta.

Em parte, este problema deriva da redução, na ordem de 10 a 20 por cento, da verba referente a prestação de bens e serviços no orçamento canalizado ao HCM no corrente ano. As despesas com produtos alimentares e material de higiene e limpeza consomem cerca de 50 por cento da verba de bens e serviços do orçamento canalizado ao HCM. No entanto, este ano, o HCM recebeu um orçamento de 530 milhões de meticais, valor que constitui uma subida em relação ao ano anterior, apesar desse aumento só ter beneficiado a verba dos salários.

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