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Há uma terceira vítima de rapto em Maputo cujo caso não foi mediatizado

Um cidadão moçambicano identificado pelo nome de A. A. Munguambe, de 30 anos de idade, está em poder de presumíveis raptores ainda a monte, desde 14 de Setembro corrente, o que perfaz três vítimas sequestradas em duas semanas.

O sequestro aconteceu por volta das 16h50, nas bombas de combustível situadas próximo do mercado Grossista do Zimpeto, arredores da cidade de Maputo, conforme o Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Os protagonistas do acto faziam-se transportar numa viatura cuja chapa de matrícula não foi revelada.

A vítima foi alegadamente levada para parte incerta e contra sua vontade um dia antes do empresário Issufo Mohamed. Este e o seu irmão, Abdul Satar, foram sequestrados na zona baixa da cidade de Maputo, após saírem dos seus estabelecimentos comerciais e continuam incomunicáveis.

Estranhamente, os protagonistas da acção ainda não mantiveram contacto com os parentes das vítimas no sentido de exigir resgate, segundo apurámos.

Orlando Modumane, porta-voz da PRM em Maputo, disse à imprensa, na segunda-feira (19), que os dois irmãos continuavam em cativeiro, mas está-se no encalço dos bandidos.

Issufo Mohamed, sequestrado na Avenida Romão Fernandes Farinha, depois de mais uma jornada laboral, é dono da loja “Armazéns Lomba Viana e Filhos, Lda”, localizada na Avenida Filipe Samuel Magaia. O seu irmão é proprietário da “Casa Universo, Lda”, sita na esquina entre as avenidas Guerra Popular e Zedequias Manganhela.

Relativamente a este tipo de crime, Octávio Zilo, Procurador da República de 1ª na Procuradoria Provincial de Maputo, disse há dias, num seminário na capital do país, organizado pela Academia de Ciências Policiais (ACIPOL) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o combate a este delito depende, em parte, de uma “polícia mais qualificada, mais treinada, mais motivada e mais honesta”.

O magistrado, que dissertava sobre os “Raptos em Moçambique: Origem, Motivações, Formas de Manifestação e Medidas de Combate”, sugeriu, entre outras medidas, a elaboração de uma política nacional sobre os raptos ou sobre o crime organizado, bem como o levantamento, diagnóstico e melhor percepção da natureza e do nível do problema. E ainda o “fortalecimento da cooperação internacional policial e judiciário para permitir uma troca de experiência sobre melhores procedimentos, para além de acordos com países vizinhos”.

De acordo com Octávio Zilo, o país não tem estatísticas credíveis sobre a influência do álcool e das drogas na origem de outros crimes, mas a experiência quotidiana mostra que são raríssimos os casos de crimes violentos cometidos sem que os protagonistas estivessem sob o efeito de estupefacientes. E “alguns planos de rapto são exactamente traçados em barracas ou restaurantes”.

E defendeu que se deve negar a liberdade condicional a delinquentes que cometem crimes hediondos.

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