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Há um gato escondido mas com a cauda fora

O Diário da Zambézia recebeu, na tarde desta segunda-feira, dois funcionários, afectos aos Serviços Distritais das Actividades (SDAE) de Nicoadala, província da Zambézia. Estes dizem que dirigiram-se ao nosso jornal para informarem em jeito de denúncia que para receberem seus salários, quer dizer todos funcionários, precisam de rogar a Deus como se fosse um favor. Tudo isso porque segundo aqueles funcionários em representação dos restantes, o administrativo Nunes Chinata, levanta o cheque e dai vai depositar numa conta a prazo. Mas de quem é a conta?

“Não sabemos, mas não é pela primeira vez que isso acontece, só para verem, até agora não temos salário de Novembro”-disseram os funcionários. Administrativo nega mas atira culpa a DPA e aos bancos Como as regras mandam, contactamos o administrativo daqueles serviços distritais, diga-se não foi fácil, porque o número que obtivemos, está fora da área, mas através do respectivo director distrital, conseguimos falar com o respectivo administrativo.

Nunes Chinata, disse-nos logo a prior que tudo o que falam sobre ele é simplesmente para denegrir a sua imagem. Mas como não é isso que nos importava, perguntamos o porque de tanta demora no pagamento de salários naquela direcção. Em resposta, a fonte disse que o problema, prende-se com os bancos, porque segundo explicou, o cheque salarial emitido pela Direcção Provincial da Agricultura, pertence ao Barclays, dai, como os Serviços Distritais não tem conta naquele banco, o mesmo é depositado no BIM e este processo, segundo suas explicações, leva pelomenos três dias.

E o que aconteceu no mes de Novembro, foi isso, a DPA comunicou tardiamente que já haviam salários, dai que para o administrativo deslocar-se a Quelimane, isto já no dia 29 de Novembro, levou tempo. Chegado a DPA, concretamente no departamento da Administração e Finanças, foi dito que a única folha salarial disponível naquele momento era apenas para funcionários efectivos e tinha que aguardar dos contratados, explicou a fonte.

Mais adiante Chinata explicou que, quando levou o cheque para depositar no BIM, por sinal, onde os funcionários têm suas contas salariais, foi dito que a DPA não tinha aquele valor disponível para se pagar o cheque, dai que teve que voltar novamente a DPA. Depois de informar aos seus colegas sobre o sucedido, estes acalmaram-lhe dizendo que há saldo de quase 40 mil meticais, valor suficiente para a compensação do referido cheque.

Do dia 29 de Novembro ele diz que sempre tentou contactar ao banco, afim de saber se os salários já estavam disponíveis. “Até falei ao sr administrador do distrito, que o atraso que estamos a registar no salário, deve-se com os problemas bancários”-disse o administrativo, numa entrevista telefónica.

Por outro lado, a fonte fez saber também que tem recebido comunicação tardiamente por parte da DPA, no concernente aos salários. Quando instado a pronunciarse sobre o possível deposito do cheque a prazo, este diz não ter nada a responder em volta disso, mas “o que lhe digo é que o cenário é este que contei, porque o cheque é do outro banco e leva dias”-rematou.

DDA confirma atraso

Na mesma senda, contactamos o director distrital Nel da Graça, o qual confirmou que de facto os salários nos últimos dois meses chegam atrasados, mas de acordo com Nel, isto na sua óptica não tem nada a ver com esquemas. Segundo explicou, ele também tentou falar com o banco, na tentativa de saber o que estará a passar com os salários dos colegas, mas sempre foi dito que está sendo resolvido o problema.

De acordo ainda com o DDA de Nicoadala, tudo isso começou quando os funcionários abriram contas no BIM, visto que o distrito já possui uma dependência daquela agência, via-se com uma salvação, mas parece que na visão do director da Agricultura naquele ponto da província, isto veio agravar o problema. “Antes não tínhamos problemas deste nível, recebíamos salários a tempo e horas, mas agora, tudo leva tempo, dai que até estamos a pensar em voltar ao antigo banco onde estávamos”- lamentou.

Sobre um possível gato escondido mas com rabo fora, ou seja, se de facto, o seu administrativo anda metido em esquemas, este disse não ter conhecimento, mas assegurou que já recebeu queixas de trabalhadores sobre mau ambiente de trabalho entre os funcionários e o administrativo. Porém, conforme explicou, ao nível daquela direcção, tem havido consenso. Mas mesmo assim, Nel da Graça, diz que a direcção que dirige tem problemas sérios nos recursos humanos, dai que urge necessidade de se alocarem técnicos de recurso humanos para colmatar estas e outras situações. Refira-se que aquela direcção tem mais de trinta funcionários, dentre contratados e efectivos que executam as suas actividades em diversas partes do distrito.

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