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Há incapacidade de conter o desmatamento por conta da exploração de lenha e carvão em Meconta

Há incapacidade de conter o desmatamento por conta da exploração de lenha e carvão em Meconta

Foto de Júlio PaulinoExtensas áreas florestais já foram devastadas – e levar-se-á anos para o reflorestamento – por indivíduos que se dedicam ao corte de lenha e à produção de carvão vegetal no distrito de Meconta, província de Nampula, maioritariamente não autorizados, ante a incapacidade dos Serviços Distritais de Actividades Económicas em refrear tal mal, com impacto negativo na biodiversidade.

Devido a essa prática, o abate indiscriminado de diversos tipos de plantas para a obtenção do combustível lenhoso, comercializado nos mercados da cidade de Nampula, Nacala-Porto e outros pontos, é notório de tal sorte que os Serviços Distritais de Actividades Económicas de Meconta estimam que a exploração da lenha e do carvão vegetal representa cerca de 80 porcento das acções de desmatamento naquela parcela do país.

Gastão da Silva, director distrital daquela instituição do Estado, disse que o problema já ganhou terreno em consequência de a fiscalização abranger, intensamente, as áreas de exploração de madeireiras, em particular para exportação, supostamente por serem de grande valor comercial, em detrimento de outras espécies de plantas.

Aliás, o Governo aprovou em Novembro passado um decreto que determina a suspensão, por um período de dois anos, da autorização de novos pedidos de áreas de exploração de madeira, em regime de licença simples, com vista a salvar espécies florestais ameaçadas de extinção.

Gastão da Silva, alegou que o baixo número de fiscais florestais em Meconta, que conta com apenas três, contra oito necessários, é que favorece o corte indiscriminado de plantas para lenha e produção de carvão vegetal. O distrito dispõe igualmente de três motorizadas e uma viatura de apoio.

“Quando se trata de exploração de lenha ou carvão não há escolha do tamanho ou espécie de planta por abater (…)”, salientou Gastão, sublinhando que esta situação contribuiu significativamente no abate descontrolado do pau-ferro, uma espécie em extinção.

O distrito de Meconta fica a cerca de 80 quilómetros da cidade de Nampula. A falta de meio e pessoal, de que Gestão se queixa, pode ser notória na medida em que, de acordo com ele, no último trimestre de 2015 foram apreendidos 600 sacos de carvão vegetal que se encontravam em contentores de dois camiões de grande tonelagem, o que é insignificante tendo em conta o tom de preocupação das autoridades em relação ao abate de plantas para a obtenção do combustível lenhoso.

Em operações similares houve aplicação de multas, detenção de alguns cidadãos acusados de promover tal mal, apreensão de quantidades não especificadas de barrotes e tábuas cerradas manualmente, entre outras medidas punitivas, que não têm sido eficazes na resolução do problema.

Artigo escrito com recolha de Júlio Paulino

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