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Guebuza recebido com muitos envelopes de casos mal parados na Zambézia

O presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, encontra-se de visita à província da Zambézia, desde última Sexta-feira.

Sucessivamente, Guebuza escalou Quelimane, Namarrói e, esta Segunda-feira, interrompe a visita para participar nas exéquias fúnebres do falecido presidente malawiano, Bingu Wa Mutharica.

O chefe do estado parece não estar a ver bem a maneira como Itai Meque dirige a província. Última sexta-feira, depois da inauguração da estátua, Guebuza orientou um comício popular na praça da independência, mesmo em frente da estátua de Samora Machel.

Só que naquele seu espírito de convidar dez pessoas para, segundo ele, darem conselhos e também criticarem o que não vai bem nesta governação, eis que a máscara do governo da Zambézia começou a cair.

Os dez cidadãos que subiram ao pódio perante milhares de pessoas que afluíram aquela cerimónia, oito levaram consigo casos mal parados que o governo provincial, sob liderança de Francisco Itai Meque, conhece, mas que nunca resolveu.

Casos relacionados com a falta de progressão de carreiras na educação, empreiteiros não pagos também na educação, trabalhadores da Água Rural que estão há mais de três anos sem salários, também trabalhadores da extinta Rodoviária de Moçambique Zambézia (ROMOZA), cujo caso é também do conhecimento deste governo provincial, foram apresentados ao presidente da República.

O dado nestas intervenções feitas pelos cidadãos é que depois de falarem em público, logo de imediato entregavam o que lhes inquieta por escrito ao chefe do estado.

Um cidadão entregou ao chefe do estado o dossier do caso Água Rural, cuja empresa anda em banho-maria, as máquinas foram vendidas e os trabalhadores nem sequer apanharam um tostão.

Aliás, até o antigo director daquela empresa, Leonardo Chambe, recebeu um processo disciplinar vindo da direcção provincial das Obras Públicas e Habitação na Zambézia, sem explicações palpáveis.

Naquela sexta-feira, Armando Guebuza terá notado pessoalmente que alguma coisa não anda bem no governo do Itai Meque, porque ao avaliar pelo número de envelopes que recebeu deverá reflectir de facto o que se passa, uma vez que ainda vai ficar na Zambézia, então espera-se que em Morrumbala, Armando Guebuza diga o que viu na província.

Mas porquê tantos envelopes?

Tantos envelopes entregues ao PR, pode ter várias explicações de acordo com a percepção de cada um. Mas pelo que se sabe das pessoas que entregaram envelopes contendo documentos ou casos mal parados é que o governo da Zambézia não consegue resolver os casos, não porque são delicados (alguns), por vezes é por falta de vontade.

Um empreiteiro, por exemplo, disse que tentou falar com o governador Itai Meque no seu gabinete, mas não foi fácil. Quando conseguiu, este (Itai), disse lhe que haveria de resolver este caso mas passaram meses e quando encontrassem-se em reuniões ou alguns actos, o governador fazia questão de não olhar muito naquele cidadão que lhe apresentou o problema.

E não só, muitos dizem que quando ligam para o governador para apresentar os seus casos, muitas vezes recebem palavras inconfortáveis, e, como solução, acabam ficando sem saída.

E com uma oportunidade como esta em que o chefe do estado visita a província, então vale a pena aproveitar informar ao alto magistrado da nação sobre o que se passa com eles ou com suas as empresas.

A ser assim, então algo não vai bem no seio do governo da Zambézia, aliás, alguns dos casos são de pequena monta que podem ser resolvidos ao nível local.

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