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Guebuza insta jovens africanos a estabelecerem parcerias com outras gerações

O presidente moçambicano, Armando Guebuza, instou, quinta-feira, a juventude africana a estabelecer parcerias com outras gerações, de modo a que a África possa vencer a pobreza, que afecta a todas as camadas sociais.

Falando, na noite desta Quinta-feira, em Malabo, Guiné Equatorial, durante uma das sessões da XVII Cimeira ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) e cujos trabalhos terminam Sexta-feira, Guebuza recordou que a historia reza que, no mundo, nenhuma geração conseguiu vencer os desafios.

“Somos todos nós chamados a convergir em torno de uma parceria desmedida, uma verdadeira parceria de gerações para erradicarmos a pobreza. É na unidade das diferentes gerações que se vencem os grandes obstáculos”, disse o estadista moçambicano sublinhando que “a historia nos ensina que nenhuma geração se desenvolveu vilipendiando ou menosprezando outras gerações”.

“É nessa parceria que se insufla a esperança onde há desespero, se repõe a confiança onde há incerteza. É nessa parceria que se aprimora a autosuperação e, em uníssono, todas as gerações gritam bem alto contra a pobreza e pelo nosso bem-estar”, afirmou.

A intervenção de Guebuza e de outros líderes africanos, bem como de representantes dos jovens de cada uma das regiões africanas, foi no âmbito do tema da cimeira “Acelerar o Empoderamento da Juventude para o Desenvolvimento Sustentável de África”.

Argumentando esse seu pensamento, Guebuza recordou aos jovens que os lideres presentes na sala já foram antes jovens e que experimentaram a impaciência e o impulso “de querer agir sem restrições, de querer inventar o mundo, chegando, as vezes, a encarar os próprios país como obstáculos aos seus anseios.

“Mas descobrimos que o verdadeiro obstáculo era o colonialismo. Assim as nossas energias e determinação, a nossa coragem, cristalizaram-se em torno de um ideal maior que era o de libertação”, disse o estadista moçambicano, reiterando que a luta só foi possível porque se compreendeu que a única arma poderosa era a unidade.

Na ocasião, Guebuza disse não ser possível conceber uma nação comum outra opção que não seja esta a de investir na sua juventude, pois, “a juventude é, sem dúvida, o outro nome do futuro”.

“É nela e através dela que a sociedade se reproduz e se reproduz, se renova e se consolida como comunidade com um ideal e destino para enfrentar os desafios do presente e do futuro”, disse.

Segundo ele, a questão que se coloca não é se faz ou não algo para a juventude, mas isso sim equacionar as contas de fazer mais e melhor o que se tem vindo a ser feito prol da juventude.

O presidente moçambicano defendeu a necessidade de se priorizar, por exemplo, o sector da educação para ultrapassar algumas das preocupações dos jovens. Reconheceu, neste contexto, que os países africanos têm estado a registar sucessos na expansão da rede escolar e na democratização ao acesso ao ensino.

Contudo, nota-se a existência de dificuldades de se operar, com celeridade, as necessárias transformações curriculares para que a maioria das instituições de ensino não continuem ser incubadoras de futuros desempregados.

“Urge transformar as instituições de ensino em verdadeiros centros de preparação do homem e da mulher determinados a fazer a sua parte na superação dos múltiplos desafios da actualidade”, apelou Guebuza, acrescentando que “o nosso ensino deve ser mais competitivo de modo a produzir graduados com alto grau de empregabilidade que possam disputar ofertas de emprego dentro e fora dos seus países de origem, tirando vantagens do processo de integração regional e continental, bem como da globalização”.

Por outro lado, Guebuza disse ser necessário explorar de forma mais eficiente o potencial de advento das tecnologias de informação e comunicação para a concepção e criação de novas profissões (do século 21).

“Transformar as instituições de ensino incubadoras de desenvolvimento não é, todavia, o maior desafio que temos pela frente. O nosso maior desafio tem a ver com as mudanças que os jovens devem operar dentro de si próprios reencontrandose com a sua auto-estima e despertando o seu espírito empreendedor”, afirmou.

Através destas mudanças de atitude, segundo ele, os jovens descobrirão, por exemplo, o paradoxo da pobreza num contexto de muitos recursos ao seu redor, recursos esses com potencial de transformar as sua vidas e gerar empregos para os seu compatriotas.

Citando o falecido primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel, Guebuza disse que “o nosso entendimento do lugar e papel da juventude na nação moçambicana está contido na expressão ‘juventude seiva da nação’”.

“A seiva circula por toda a planta, levando nutriente que asseguram um crescimento saudável. Por analogia, a juventude leva a sua energia, o seu dinamismo e a sua vitalidade para todas as frentes da intervenção humana”, explicou Guebuza, para quem “a qualidade da seiva depende da qualidade dos nutrientes que a planta absorveu do solo”.

De igual modo, a qualidade de intervenção da juventude será determinada pelo investimento que para ela se direccione. Tal investimento, realçou, “ situa-se no sistema de valores, da unidade nacional, a cultura de paz e auto-estima, bem como a sua aversão a resignação a pobreza”.

Entretanto, representantes dos jovens das diferentes regiões africanas pediram aos Chefes do Estado uma maior apoio, para que estes possam contribuir para o desenvolvimento do continente.

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