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Guardas da Siner Segurança despedidos em Inhambane

Sessenta e três trabalhadores da Siner Segurança, uma empresa de segurança privada, foram despedidos na província de Inhambane, sul de Moçambique por terem paralisado as suas actividades em Maio e Dezembro do ano passado, quando reivindicavam os seus direitos.

Em ambas as ocasiões, os grevistas, que se amotinaram na Praça dos Trabalhadores da cidade de Inhambane, a capital provincial, exigiam o pagamento de salários em atraso e equipamento de trabalho como botas, casacos de frio e capas de chuva.

O despedimento, segundo escreve o jornal “Diário de Moçambique”, ocorreu em Dezembro último, numa altura em que os trabalhadores observaram a segunda paralisação, depois de sete meses de salários em atraso.

Como consequência da paralisação laboral, as empresas Electricidade de Moçambique, Mcel e outras duas instituições para as quais a Siner prestava serviços decidiram romper unilateralmente os vínculos contratuais.

A secretária provincial interina do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Segurança Privada, Carolino Muando, que também é funcionária da Siner Segurança, disse que depois de negociações o patronato garantiu que pagaria os salários em atraso até 26 de Dezembro último, o que ainda não aconteceu.

Foi na base dessa promessa que os guardas decidiram retomar o serviço. Contudo, chegados aos locais habituais de trabalho, foram surpreendidos com a presença de outros elementos nos seus lugares.

“Pedimos esclarecimento à direcção da empresa, mas esta não quer se pronunciar e anda fugitiva”, disse Carolino Muando.

Assim, segundo Muando, o sindicato e a Direcção Provincial do Trabalho reuniram-se na passada sexta-feira, na tentativa de solucionar o problema que afecta os 63 trabalhadores.

“O director provincial ligou para o presidente do Conselho de Administração da empresa e o respectivo director-geral, mas eles não atenderam às chamadas telefónicas”, lamentou.

Carolino Muando disse que o caso já foi entregue à comissão de mediação de conflitos laborais e esta, por sua vez, marcou uma reunião com as partes em conflito para o dia 18 de Janeiro corrente. Contactado telefonicamente, o presidente do Conselho de Administração da empresa, recusou-se a comentar sobre o assunto, remetendo a reportagem do “Diário de Moçambique” ao director-geral, Moisés Rucu que reconheceu a legitimidade das inquietações dos guardas em causa.

Todavia, Rucu explicou que a Siner Segurança já não reúne condições para continuar a empregá-los, uma vez que perdeu todos os seus clientes na província de Inhambane em consequência das greves.

Em relação aos salários em atraso, Rucu garantiu, sem avançar datas, que os mesmos seriam pagos e que neste momento a direcção está a estudar as modalidades de liquidação da dívida.

“Na altura em que convocaram a greve, apelamos para não abandonarem os postos de trabalho e recusaram-se. As instituições contrataram outras empresas de segurança e a Siner segurança perdeu o mercado e, como consequência, eles perderam o emprego”, Rucu.

Sobre a falta de pagamento atempado de salários, Rucu ripostou dizendo que “não posso comentar publicamente. Este é um problema de gestão interna da empresa”.

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