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Greve geral paralisa a Grécia

A Grécia amanheceu quase totalmente paralisada esta quarta-feira por uma greve geral, convocada pelas grandes centrais sindicais para criticar as medidas rigorosas adotadas pelo governo socialista para tirar o país de uma crise financeira e orçamentária sem precedentes.

Durante a manhã vários confrontos entre jovens e a polícia, que utilizou gás lacrimogêneo, foram registrados no centro de Atenas. Manifestantes com capacetes tentaram se desviar de uma passeata para se aproximar dos grandes hotéis do centro da capital e a polícia entrou em ação para impedir o afastamento. Os jovens lançaram coquetéis molotov contra os policiais e atingiram algumas lojas, antes de correr para a Universidade de Atenas.

A partir da meia-noite, os transportes aéreos e marítimos foram paralisados, assim como quase todos os serviços ferroviários. Os ônibus e uma linha de metrô funcionavam em Atenas para permitir aos grevistas comparecer às manifestações programadas pelos sindicatos no centro da capital a partir de meio-dia. Os taxistas não aderiram à greve.

Outras cidades do país também têm manifestações programadas, em particular Salônica (norte), a segunda maior do país. A frente sindical do Partido Comunista Ultra Ortodoxo, o PAME, convocou protestos separados das centrais sindicais. A greve deve provocar o fechamento das escolas, prédios públicos e tribunais.

Bancos, hospitais e grandes empresas do setor público funcionavam a ritmo reduzido. O país também está privado das informações nas rádios e canais de televisão, já que o sindicado de jornalistas aderiu ao movimento e decidiu punir os membros em caso de não adesão. Os jornais não serão publicados na quinta-feira.

A paralisação é uma iniciativa da poderosa Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos (GSEE, um milhão de membros), depois que o governo anunciou medidas de austeridade para reduzir drasticamente o imenso déficit do país. A principal medida prevê o aumento para 63 anos e meio da idade mínima de aposentadoria. Apesar da mobilização, as pesquisas revelam um apoio de mais de 60% dos gregos às medidas de austeridade.

Segundo uma pesquisa divulgada no domingo, 75% dos gregos querem a paz social antes da solução da crise. Funcionários da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) estão em Atenas desde terça-feira para examinar o plano da Grécia para cortar em quatro pontos percentuais o déficit orçamentário, que atualmente está em 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB), quatro vezes acima do limite fixado pela União Europeia (UE), e limitar a dívida pública, que chega a 300 bilhões de euros (407 bilhões de dólares).

No primeiro dia desta missão, o porta-voz do governo grego acusou a Comissão Europeia de ter fechado os olhos para os problemas orçamentários do país durante o anterior governo conservador. A acusação foi rebatida por Bruxelas, que lembrou as reservas expressadas no passado em relação às contas de Grécia. A agência de classificação financeira Fitch reduziu na terça-feira a nota dos quatro principais bancos gregos, de “BBB+” para “BBB”, com perspectiva negativa, temendo o impacto do plano draconiano grego sobre a qualidade dos ativos e resultados das instituições.

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