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Greve do sector das minas causa danos irreversíveis na África do Sul, segundo patrões

A greve convocada em Janeiro último pelo Sindicato dos Mineiros e dos Trabalhadores do Ramo das Construções (AMCU, sigla em inglês), está a causar danos considerados irreparáveis na economia sul-africana, que regista um défice de 10 biliões de randes, segundo o comunicado tornado público nesta terça-feira (25) através de um comunicado conjunto das companhias mineiras Impala Platinum (Implants), Anglo American Platinum (Amplants) e a Lonmin Platinum.

“A greve que se prolonga no seu terceiro mês consecutivo chegou ao estágio em que o seu impacto, tanto na economia bem como no funcionamento das minas, será irreparável”, lê-se no documento. Os directores executivos das três minas localizadas em Rustenburg, na província de North West, consideram, no comunicado, que a greve não só afecta negativamente as companhias, mas também aos mineiros, negociantes locais, fornecedores e a comunidade.

“O défice de cerca de 10 biliões de randes nos dividendos das companhias, aliado à perda de 4.4 biliões de salários para os trabalhadores, são só um exemplo do impacto da greve”, lê-se no documento.

O director executivo da Amplants, Chris Griffit, e os seus homólogos da Implants e da Lonmin, Terence Goodlace e Ben Magara, respectivamente, afirmaram que as minas e os seus respectivos poços estão inacessíveis, as pessoas andam desmoralizadas, as crianças não têm ido à escola, os negócios junto das minas estão a ser encerrados e a criminalidade naquele região tende a aumentar.

“Enquanto as companhias mineiras da platina continuam abertas para o diálogo com o sindicato os encontros de negociação não estão a acontecer”, queixaram-se, tendo acrescentado que diversos trabalhadores têm, nos últimos dias, contactado as mineradoras, expressando a sua vontade de regressar ao trabalho.

Mão-de-obra irá reduzir

Os directores dos três gigantes da platina afirmaram ainda que a acção do AMCU tinha as suas consequências. “Com tristeza anunciamos que os progressos alcançados na indústria mineira, com destaque para a mecanização e exigência de trabalhadores com um grande grau de qualificação, que se juntam à exigência de melhores salários e de grande produtividade, ditarão a redução da mão-de-obra nas nossas minas,” destaca o comunicado.

“Um acordo deve ser alcançado para o bem das nossas companhias, dos nossos trabalhadores e dos que são afectados pelas adversidades da greve. Apelamos ao AMCU que retorne à mesa das negociações para que possamos alcançar uma solução agradável para as partes”, apelam os directores.

Entretanto, o presidente do AMCU, Joseph Mathunjwa, o seu respectivo secretário-geral, Jeff Mphahlele, e o tesoureiro, Jimmy Gama, não se mostraram disponíveis para falar à imprensa esta terça-feira (25).

Mineiros filiados ao sindicato dos Mineiros e dos Trabalhadores do ramo das Construções (AMCU), que se encontram a trabalhar nas três minas paralisaram as suas actividades no dia 23 de Janeiro reivindicando um aumento salarial para 12500 randes por mês e recusado a proposta do patronato, que era de nove porcento.

Com o impasse, o caso foi remetido à Comissão de Reconciliação, Mediação e Arbitragem, entidade sul-africana responsável pela mediação de conflitos laborais.

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