O Governo moçambicano, através do Millennium Challenge Account (MCA-Moçambique), acaba de suspender o contrato da empreitada de construção da nova estação de tratamento de água à cidade de Nacala, com o consórcio indiano Tecnofab-Goon.
A medida, segundo o ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, surge pelo facto de este ter se revelado incapaz de executar as obras avaliadas em 18 milhões de dólares norte-americanos e que deviam ser entregues até finais de Setembro próximo.
Apesar de todo o equipamento e material encontrar-se no terreno bem como o pessoal técnico, o dono da obra, neste caso o Governo, não encontra explicações plausíveis para o atraso das obras, se não a evidente incompetência do consórcio indiano, disse Cuereneia citado pelo jornal “Notícias”.
“Como acabamos de verificar, as obras estão demasiadamente atrasadas no seu nível de execução e o empreiteiro não consegue levar avante o trabalho com o equipamento e material no terreno e trabalhadores ociosos. Foram feitas várias reuniões com o empreiteiro para rever os prazos, mas infelizmente mostrou-se incapaz e agora não nos resta outra alternativa se não contratar uma outra empresa para prosseguir com o trabalho”, disse Cuereneia.
As obras de construção da nova estação de tratamento de água com capacidade de armazenamento de 25 mil metros cúbicos que deviam serem concluídas até Setembro próximo, serão, deste modo, entregues a um novo empreiteiro.
O trabalho consiste no melhoramento do abastecimento de água à cidade de Nacala-Porto e vila-sede distrital de Nacala-à-Velha, com financiamento dos Governos moçambicano e americano no valor de 500 milhões de dólares.
No seu conjunto, o projecto de abastecimento de água à cidade de Nacala-Porto, incluí ainda a reabilitação e ampliação da Barragem de Nacala, obra que já foi concluída, o melhoramento da rede de transporte e fornecimento de água à cidade portuária, numa extensão de aproximadamente 30 quilómetros.
É um empreendimento de vulto considerado pelo Executivo moçambicano de extremamente importante para prover melhores serviços de água à Zona Económica Especial de Nacala.
A conclusão da obra fora do contexto do compacto assinado com o Governo americano obriga que o abastecimento de água a Nacala continue a ser feito através da actual estação de tratamento e a respectiva conduta com capacidade de bombear sete mil metros cúbicos de água por dia.
Num compacto de treze realizações, que na sua maioria estão na fase conclusiva, como referiu Paulo Fumane, director executivo do MCA-Moçambique, apenas o lote de abastecimento de água é que está atrasado.
Para além do projecto de abastecimento de água a cidade de Nacala, estão incorporados no contrato do compacto assinado com o Governo norte-americano, através do Millennium Challenge Corporation (MCC) a drenagem das cidades de Nampula e Quelimane, reabilitação de estradas nos troços Nampula-rio Ligonha, Namialo-rio Lúrio.
O compacto que termina a sua execução em Setembro próximo contempla ainda o processo de acesso seguro à terra que prevê a distribuição de 140 mil DUAT ?s e o projecto de combate ao amarelecimento letal do coqueiro, que igualmente foram concluídos.
