Custos elevados para reconversão para gás natural de veículos movidos a combustíveis fósseis e falta em Moçambique de postos suficientes de abastecimento e de manutenção de automóveis movidos a gás constituem o cerne do problema que opõe o Governo e os importadores de automóveis.
A questão prende-se com a recusa dos importadores em deixar de meter no país veículos movidos a combustíveis fósseis, segundo ficou patente, esta Quarta-feira, em Maputo, durante um encontro entre o Ministério da Energia e representantes da Associação Moçambicana dos Transportadores Internacionais (AMOTRANS).
Segundo Arlindo Ferrão, da AMOTRANS, o processo de reconversão está a ser muito dispendioso, precisando de 32 mil meticais como valor míni- mo exigido, para além de não haver em quantidades suficientes postos de reconversão e de manutenção no país.
Respondendo a estas preocupações, Felisbela Cunhate, directora nacional de Combustíveis do Ministério da Energia, disse que o Governo, ao desencorajar agora a importação de automóveis movidos a combustíveis fósseis, está a criar condições para dentro dos pró- ximos cinco anos Moçambique ter um número considerável de viaturas movidas a gás, contra- riamente à actual situação.
“Nós queremos também que Moçambique passe a ser o único e maior produtor e/ ou fornecedor de veículos movidos a gás na África Austral”, explicou Cunhate, salientando que a iniciativa irá reduzir, por outro lado, o elevado volume de importação de combustíveis fósseis.
Autogás
Por seu turno, a empresa Autogás, responsável pela reconversão a gás dos automóveis movidos a combustíveis fósseis, disse que há possibilidades dos interessados procederem à reconversão gratuitamente durante dois anos.
Refira-se, entretanto, que já beneficiaram deste processo mais de mil veículos.