O Governo moçambicano descarta interromper ou abandonar a implementação do projecto de construção da Barragem de Mpanda Nkuwa, no rio Zambeze, na província de Tete, Centro do país.
O Ministro da Energia, Salvador Namburete, vincou que no âmbito da sua responsabilidade de desenvolver Moçambique o Governo nunca vai interromper a execução daquele empreendimento energético. Namburete reagia a corrente de opinião da organização Justiça Ambiental (JA) que condena a construção da barragem de Mpanda Mkuwa, alegando que já se encontra instalada neste curso de agua a barragem de Cahora Bassa, porque isso vai trazer efeitos ambientais desastrosos.
“Eu já recebi os elementos deste grupo para em conjunto apreciarmos as preocupações, mas a posição que prevalece é de que devemos trabalhar em conjunto na busca de todos os esclarecimentos e soluções para as questões mas nunca parar”, disse Namburete.
A futura barragem de Mpanda Nkuwa, com capacidade para produzir 1300 MW, devera exportar o seu excedente para outros países da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC), ajudando a reduzir os efeitos da grave crise energética que a região enfrenta neste momento.
A Justiça Ambiental acusa o Executivo de falta de visão a longo prazo ao planear a construção da barragem de Mpanda Nkuwa, onde já se encontra instalada a barragem de Cahora Bassa, por considerar que o segundo empreendimento vai trazer consequências ambientais catastróficas.
Namburete explicou que Moçambique é um pais de liberdade de expressão e de opinião, pelo que as pessoas estão livres de expor suas ideias e opiniões, destacando que os estudos para a implementação deste projecto, nos quais foram acautelados todos os cenários possíveis, já foram feitos.
“‘Estes estudos existem”, referiu. Na sua explicação, o Ministro disse que só e possível (reclamar) fazer tudo dentro do espírito de trabalho visando a implementação deste projecto, tido como de vital importância para o pais, porque ninguém vai fazer algo sem que tenha um projecto previamente estudado para o efeito.
Num comunicado distribuído a imprensa, a Justiça Ambiental destaca que por ocasião das comemorações do 14 de Marco, Dia Internacional de Acção para a Protecção de Recursos Hídricos, esta organização procedeu Sábado a entrega de uma petição ao Governo apelando para que o planeamento de projectos energéticos seja aberto e transparente.
Na petição, os ambientalistas apelam ao Ministério da Energia para que faca a escolha de fontes de energia mais limpas de forma a assegurar-se um desenvolvimento energético justo e sustentável.