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Governo defende acções mais ousadas na agricultura

O Governo moçambicano reconhece a necessidade de uma intervenção e implementação de acções mais ousadas e corajosas para desenvolver o sector agrário no país. Segundo o Primeiro-Ministro, Aires Ali, o Governo precisa melhorar a sua alocação de recursos, orientando os mesmos prioritariamente às acções que podem trazer impacto no crescimento deste sector. As condições para garantirem bons resultados na actividade agrícola no país ainda não são as desejáveis.

 

 

Dados estatísticos do Governo indicam que, durante a campanha agrícola 2007/2008, apenas cerca de dez por cento das pequenas e médias explorações agrárias usaram semente melhorada de milho, quatro por cento usaram fertilizantes químicos e pouco acima de dez por cento usaram tracção animal.

Os dados mostram, ainda, que oito por cento das pequenas e médias explorações agrárias usaram irrigação e igual percentagem teve acesso aos serviços de extensão, sendo que 2.6 por cento receberam credito.

“Estas estatísticas constituem, por um lado, uma indicação da magnitude dos desafios que enfrentamos e, por outro, uma necessidade de concertação de esforços para uma intervenção e implementação de acções mais ousadas e corajosas” disse Aires Ali, que falava no lançamento oficial do Programa Compreensivo para o Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP), no país.

A agricultura é considerada, pelo Governo, a base para o desenvolvimento da economia do país. Este sector é o garante do sustento de mais de 70 por cento da população moçambicana que vive nas zonas rurais.

Entretanto, segundo o Ministro da Agricultura, José Pacheco, cerca de 35 por cento dos agregados familiares moçambicanos sofrem de insegurança alimentar por ano causada pelo fraco acesso aos alimentos.

O CAADP é uma iniciativa criada pelos Chefes de Estado e de Governo da União Africana em 2003, numa Cimeira realizada em Maputo, sob égide da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), para ajudar os países africanos a alcançarem altos níveis de crescimento económico através do desenvolvimento agrário.

Assim, cada Governo deverá alocar anualmente dez por cento do orçamento do Estado ao sector agrícola para garantir o crescimento da agricultura a uma taxa média anual de seis por cento.

O programa assenta em quatro pilares, nomeadamente expansão da área sob gestão sustentável de terra e irrigação, melhoramento de infra-estruturas e capacidades ligadas à comercialização para maior acesso aos mercados, disponibilidade de alimentos e redução da fome, bem como investigação agrária, adopção e disseminação de tecnologias.

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