A activista e antiga Primeira-Dama moçambicana, Graça Machel, estima que mais de 85 por cento das crianças órfãs e vulneráveis no país ainda não beneficiam da assistência social do Estado.
Citada pelo jornal “O País” de Terça-feira, a viúva do primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel, e esposa do antigo estadista sul-africano, Nelson Mandela, disse que estas crianças não estão enquadradas em instituições tais como orfanatos ou centros apropriados, estando apenas sob cuidados de familiares que, por vezes, enfrenta enormes dificuldades.
Actualmente, segundo dados do Ministério da Mulher e Acção Social (MMAS), existem em Moçambique cerca de 1,6 milhões de crianças órfãs e vulneráveis.
Falando, segunda-feira, em Maputo, durante a conferência sobre a Primeira Infância, um evento promovido pelo Instituto de Desenvolvimento da Criança, Graça Machel, que é presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), disse que apenas 15 por cento de crianças órfãs do país beneficiam de assistência social do Estado e de organizações da sociedade civil.
Na sua intervenção, Machel defendeu a necessidade de se tomar medidas a vários níveis para inverter a actual situação da criança, incluindo a uniformização das actividades desenvolvidas pelos centros infantis, no âmbito da educação do primeiro ao quinto ano de vida.
Para Graça Machel, é preciso que essas instituições tenham um programa de formação das crianças uniformizadas e apostarem na capacitação das respectivas educadoras para que as crianças tenham uma melhor formação ainda em tenra idade.
