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Governo aceita mais 11 oficiais da Renamo no Exército, falta colocar outros 10 na PRM e o deadline para acordo final é Abril

Governo aceita mais 11 oficiais da Renamo no Exército

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Lázaro Menete, nomeou 11 oficiais superiores da Renamo para chefiarem igual número de postos nas regiões sul, centro e norte do país. Todavia, falta, entre várias acções, indicar outros 10 oficiais para as áreas de direcção e comando na Polícia da República de Moçambique (PRM), segundo consta do cronograma de actividades que orienta a aspiração de desarmar, desmobilizar e reintegrar na sociedade os guerrilheiros da Renamo. Para tal, faltam apenas dois meses, fixados pelos mediadores do processo, mas o que acontece na prática, entre as partes desavindas, não tem bons auspícios.

Os 11 oficiais superiores juntam-se a outros três da “perdiz”, que a 11 de Fevereiro corrente foram empossados para os cargos de direcção nos departamentos de Operações, de Informações Militares e de Comunicações, respectivamente, no Estado-Maior General, à luz do “Memorando de Entendimento Sobre Assuntos Militares”, assinado entre o Governo a Renamo, a 06 de Agosto deste ano.

Os recém-nomeados são os coronéis Armando Luís, Júlio Feia, Pinho Vasco e o tenente coronel Tomás Charles, para chefiarem as repartições da Saúde Militar do Ramo do Exército, do Pessoal do Ramo de Exército, da Artilharia Antiaérea do Ramo do Exército, da Educação Cívica Patriótica, respectivamente.

Lázaro Menete indigitou igualmente os coronéis Mateus Masivila, Lucas Mateus, Filipe Armando e Joaquim Alberto para as brigadas de infantaria de Chokwé, Cuamba, Chimoio e Songo, no Estado-Maior General.

Os coronéis Pio Namueto, Afonso Lourenço e Arrone Alberto vão comandar os batalhões das infantarias de Tete, Pemba e Quelimane.

A inclusão do pessoal do maior partido da oposição em Moçambique no Exército foi anunciada na terça-feira (25), dia em que o Presidente da República, Filipe Nyusi, prometeu, a partir da Escola Prática da PRM em Matalana, na província de Maputo, que ainda esta semana haverá progressos no diálogo político com vista ao alcance da apetecida paz efectiva e perdurável.

As nomeações para o Exército fazem parte de uma lista de “14 oficiais superiores e generais” indicados para “dirigirem três departamentos do Estado-Maior General, uma brigada, dois batalhões independentes, quatro repartições do Exército, dois Estados-Maiores de Brigadas e dois batalhões independentes”, conforme a vontade da Renamo, expressa no “Memorando de Entendimento Sobre Assuntos Militares”.

Saliente-se que os 10 oficiais da “perdiz” ainda por indicar, para as áreas de direcção e comando na PRM, materializar-se-á “depois do entendimento referente à sua colocação na orgânica do Ministério do Interior”, esclarece o “Memorando de Entendimento Sobre Assuntos Militares”, cuja materialização parece ocorrer a passos de camaleão, pois há seis meses da sua implementação mas os avanços publicamente conhecidos não são poucos.

Aliás, no dia 07 de Fevereiro em curso, o Grupo Técnico Conjunto de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (GTCDDR) reuniu, na cidade da Beira, província de Sofala, com o coordenador dos peritos internacionais, o brigadeiro Javier Pérez Aquino, e debateu os passos subsequentes para a concretização do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo.

Defendeu-se a necessidade de assinatura de “um acordo final de cessação das hostilidades e de paz até Abril de 2019, o mais tardar”.

Para o efeito, o GTCDDR considerou ser “essencial uma aderência rigorosa a este prazo por ambas as partes para manter a assistência contínua da comunidade internacional alargada, e garantir que as eleições gerais de Outubro de 2019 ocorreram numa atmosfera livre da ameaça de violência renovada”.

O @Verdade procurou, sem sucesso, ouvir a reacção do porta-voz da Renamo, José Manteigas, sobre as nomeações em questão.

Porém, em certo momento disse à Televisão Pública de Moçambique (TVM) que o partido ainda não foi formalmente notificado pelo Executivo, pelo que não sabe se o assunto constitui ou não verdade. A ser, satisfaz o acordo com a contraparte na mesa das negociações.

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