Treze generais da Polícia moçambicana (PRM) são acusados pelo Ministério Público (MP) de desvio de fundos do Estado canalizados ao Comando-geral da corporação num montante ainda não revelado.
Fonte judicial, citada, quinta-feira, pelo jornal “Notícias”, indica que o processo sobre este caso, cuja referência é 773/PRC/07, já se encontra no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo e nas mãos de um juiz para a sua respectiva tramitação.
O “Noticias” não avança a identidade do juiz. Após esta fase, o juiz em causa deverá pronunciar os arguidos, abrindo espaço ao contraditório, caso eles (arguidos) o solicitem, ou marcar a data de julgamento.
Os fundos do Comando-geral da PRM, alegadamente desviados pelos generais em causa, destinavam-se, entre outras prioridades, à aquisição de equipamento, uniforme, ração e outros apetrechos para os homens da lei e ordem. Na altura das falcatruas, estes oficiais superiores da Polícia ocupavam cargos de chefia no Comando-Geral.
O dinheiro terá sido retirado através da Direcção de Logística e Finanças, que na altura estava encarregue de adquirir equipamento e uniforme de trabalho para os agentes e apetrechar diferentes unidades operativas.
Outras informações indicam que os generais em causa foram acusados em torno de matérias ligadas a uma empresa supostamente fictícia criada pelo Ministério do Interior (MINT) que depois viria a ser usada para drenar parte das verbas.
Trata-se da empresa “Chicamba Investimentos” que, durante a sua suposta existência, só se reuniu uma única vez e a sua estrutura accionista era constituída por elementos do Comando-Geral da Polícia, os mesmos que agora estão na barra da justiça.
O caso daquela empresa chegou a ser matéria de discussão no julgamento do ex – Ministro do Interior, Almerino Manhenje, com sentença marcada para o próximo dia 22 do mês em curso.