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Gás natural é luxo em Moçambique e combustíveis lenhosos ameaçam vidas

Apesar da multiplicação, nos últimos tempos, das descobertas do gás natural na região norte de Moçambique e sua exploração, 20 milhões de habitantes (90 porcento) usam, diariamente, lenha ou carvão vegetal para confeccionar alimentos e atender a outras necessidades básicas de energia, o que significa que o gás natural ainda é um combustível altamente luxuoso no país.

Somente em 2011, as cidades com maior ritmo de crescimento, nomeadamente Maputo, Gaza, Beira e Nampula, consumiram oito milhões de sacos de carvão vegetal com 65 quilogramas cada, o que fez com que os preços de venda disparassem, na ordem dos 200%, entre os anos 2010 e 2012. Desse aqueles anos para cá a situação tem vindo a atingir níveis preocupantes.

Rik Overmars, director nacional da Organização Holandesa de Desenvolvimento (SNV Moçambique), disse que até 2030, as doenças como a malária, a tuberculose e o HIV/Sida poderão reduzir, contudo, os casos de infecções respiratórias agudas nas crianças, infecção pulmonar, câncer e problemas de vista, vão aumentar em resultado do confecção de alimentos com base na biomassa (lenha, carvão vegetal).

Para Rik Overmars o uso do combustível lenhoso tem tido um impacto negativo sobre o meio ambiente na medida em que há desflorestação de milhares de hectares. Os efeitos perniciosos fazem-se sentir igualmente na saúde, na nutrição, na educação e na capacidade produtiva, por isso, urge encontrar soluções imediatas para as famílias cuja energia básica é a lenha ou o carvão vegetal.

As florestas ficarão sem árvores devido ao desflorestamento e o carvão vegetal passara a custar muito mais caro em relação ao gás, de acordo com Rik Overmars, para quem ruge a busca de soluções mais adequadas de energia para milhões de agregados familiares que dependem da lenha e do carvão em Moçambique.

O responsável disse que se estima que uma família constituída por cinco membros gasta mensalmente 750 a 800 meticais na compra de 65 quilogramas de carvão vegetal e o fogão a carvão é utilizado por 47 porcento da população; 10 porcento usa fogão eléctrico e apenas 18 porcento usa fogão a gás. O responsável falava numa formação de jornalista, em Maputo, sobre as energias renováveis.

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