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Garimpo ilegal e morte de jovens com dias contados

O garimpo ilegal fomentado por estrangeiros e gente desonesta, resultando, nalgumas vezes, em morte de jovens, está prestes a acabar na região mineira de Namanhumbir, no distrito de Montepuez, na província de Cabo Delgado.

Com efeito, uma joint-venture, recentemente constituída por duas empresas mineiras, moçambicana e britânica, vai investir 10 milhões de dólares USD para implantação, na região, de uma indústria de prospecção e extracção mineira.

Trata-se da Montepuez Ruby Mining, Lda., uma empresa resultante da fusão entre a MWIRIT, Lda. – moçambicana – e a GEMFIELDS – britânica, respectivamente com 25 e 75 por cento das acções, ainda em processo de discussão.

A empresa já tem homens no terreno a fazerem os trabalhos preliminares, como a abertura de estradas adequadas e a terraplanagem do local onde será instalada a unidade industrial.

Segundo Asghar, da parte moçambicana, o equipamento já está a chegar a Cabo Delgado e será instalado na região, a partir do mês de Agosto, prevendo-se que toda operação inicie antes da época chuvosa.

A fase inicial será a construção do acampamento, constituído por casas residenciais pré-fabricadas, furos de água, refeitório e outras infra-estruturas afins e inerentes ao funcionamento da indústria.

Namanhumbir será transformada numa pequena cidade mineira, deixando de ser região de garimpo ilegal, fama que a zona detém presentemente, disse Asghar.

A extensão da mina e os números a investir a Montepuez Ruby Mining, Lda. é concessionária de 34 mil hectares de terra, área destinada à mineração e prospecção do ruby, um mineral de grande valor económico, e outros minérios associados.

Não se tem, no entanto, a indicação da quantidade de ruby e outros minérios existentes no subsolo de Namanhumbir, mas acredita-se que seja considerável, daí que se justifique o investimento proposto, tanto mais que a GEMSFIELD é uma empresa mineira de renome internacional.

Segundo a fonte, já se fez um estudo geológico para se apurar o volume do minério existente, mas o relatório final ainda não foi tornado público.

Asghar explicou que, do investimento total, pouco mais de três milhões serão aplicados na aquisição de maquinaria diversa, seus acessórios, o seu desalfandegamento, entre outras despesas.

É um investimento que não se pode menosprezar, avisou o nosso interlocutor, exemplificando que só para instalar a corrente eléctrica da rede nacional de energia a empresa vai gastar 150 mil dólares US.

Está igualmente em carteira a construção, na região mineira, de um moderno laboratório de geologia, o qual absorverá 2 milhões de dólares US.

Garimpo ilegal, mortes e detenções Têm sido constantes informações sobre a ocorrência de mortes de jovens garimpeiros ilegais, detenções de estrangeiros, supostamente mandantes dos primeiros para praticar esta actividade na mina de Namanhumbir.

As notícias mais recentes indicam a morte de três jovens soterrados e a detenção de 10 tanzanianos, neste momento nas celas da Polícia em Montepuez a aguardar pelo seu repatriamento compulsivo.

Embora hesitante quanto à confirmação destas mortes, Asghar disse terem sido presos outros estrangeiros e nacionais, alegadamente ali albergados por alguns responsáveis locais, que tiram proveito com a actividade de garimpo ilegal.

Na mina ocorrem muitos desmandos permitidos por alguns líderes locais porque nunca se sentaram em tribunal para responder pelos seus actos, lamentou.

Questionado sobre o papel da Polícia no combate a essa situação, já que se diz, de forma insistente, que a região se tem tornado incontrolável, Asghar respondeu que a corporação estava a trabalhar bem, apesar das suas limitações em meios.

Segundo a fonte, ela está a actuar em torno dos dados fornecidos pela empresa mineira, reportando a actuação desregrada, irresponsável e agressiva de estrangeiros que por ali pululam.

Afluem a Namanhumbir na saga de procura de ruby não apenas os tanzanianos, mas também ruandeses, burundeses, congoleses, Guiné – equatorianos, nigerianos, serraleoneses, somális, entre outros.

Muitos deles entram em Moçambique, principalmente pela fronteira de Cabo Delgado, como refugiados, mas acabam lançando-se numa desenfreada pilhagem de recursos minerais moçambicanos.

Espera-se que, com a Montepuez Ruby Mining, estes desmandos terminem, já que a envergadura deste projecto implica o reforço da segurança em homens e meios, tanto no interior da mina, como fora dela.

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