Dois garimpeiros, de nacionalidade zimbaweana, morreram soterrados, na Segunda-feira passada (4), em consequência de desabamento de uma mina de ouro, explorada a céu aberto, na região de Mutsindza, distrito de Manica, província do mesmo nome.
Das vítimas, apenas foi possível identificar uma, Mause Simango, de 27 anos de idade, natural de Mutare. A outra não tinha documentos que comprovassem a sua identificação.
A remoção dos corpos para a sua identificação foi desenvolvida pela Polícia da República de Moçambique (PRM), em colaboração com a sua congénere do Zimbabwe, para onde foram transladados. Antes foram encaminhados ao Hospital Distrital de Manica.
Casos de género são frequentes naquela parcela do país, envolvendo pessoas que se dedicam à extracção ilegal do ouro. A província de Manica é potencial em recursos minerais, com particular destaque para o ouro.
Este recurso tem estado a atrair não só moçambicanos, mas também estrangeiros, principalmente zimbabweanos e as frequentes mortes são consequência directa da extracção desregrada de ouro.
As autoridades policiais falam de três casos ocorridos na província, em menos de cinco anos. Um dos casos, segundo confirmou o chefe do departamento das relações públicas, no comando provincial da Polícia da República de Moçambique, em Manica, Bartolomeu Amone João, deu-se no distrito de Macossa.
Manica, Macossa e Sussundenga são os distritos potenciais em jazigos de ouro. O sector dos Recursos Minerais e Energia está a desenvolver acções para a observância dos princípios fundamentais na exploração das minas de ouro, de modo a evitar mortes e degradação do meio ambiente.
Uma outra iniciativa consistente na eliminação de danos humanos e prejuízos ao meio ambiente, em consequência deste tipo de exploração, é a constituição das associações de garimpeiros, para que estejam habilitados tecnicamente para uma exploração sustentável deste recurso, de alto valor económico.