A G4S Security Services (Moçambique) Limitada, que no centro de todo o escândalo da repressão brutal protagonizada por agentes da FIR sobre agentes e vigilantes que se manifestavam exigindo os seus direitos salariais, é um empresa que desde a sua criação tem tido problemas laborais com os seus trabalhadores.
Várias vezes a G4S foi alvo de inspecções do Ministério do Trabalho que constataram diversas irregularidas e, inclusive, a Ministra Helena Taipo pessoalmente já teve que intervir, chegando até a decretar a expulsão do país de um gestor sénior da empresa, mas o facto é que a empresa continua a operar impunemente até hoje.
Numa análise atenta à estrutura accionista da empresa, que detém uma grande fatia do mercado de segurança privada em Moçambique desde fi nais de 2005 e princípios de 2006, altura em que a G4S INTERNATIONAL HOLDING, LIMITED, multinacional britânica, absorveu algumas empresas que já operavam no país, nomeadamente a Wackenhut, Alfa Segurança, Securicor e Safetech, percebe-se as razões desta impunidade.
Segundo o Boletim da República n° 47, III Série, 2° Suplemento de 21 de Novembro de 2008, houve alterações de pacto social, quotas, sócios da G4S e algumas figuras ligadas ao partido Frelimo, com estatuto de quase intocáveis, passaram a integrar a estrutura accionista da empresa. Destas figuras constam Mariano Matsinhe, ex-ministro da segurança (SNASP) do regime monopartidário, general na reserva e membro do Partido Frelimo.
Outras figuras de relevo na sociedade moçambicana e com ligações ao partido no poder que também fazem parte da estrutura accionista da empresa de segurança G4S são Filipe Manuel Viegas Serrão Franco, e António Augusto Figueiredo D’Almeida Matos. Matsinhe entrou na G4S através da Securicor Moçambique, Limitada, empresa de segurança de que era accionista.