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G20 estabelece bases para nova ordem econômica mundial

O G20 estabeleceu esta sexta-feira, em Pittsburgh (EUA), as bases para uma nova ordem econômica mundial, que concede mais poder aos países emergentes e reduz o espaço para futuras crises econômicas. Após proclamar o “foro principal para a cooperação econômica internacional”, papel que até o momento correspondia ao G8, o G20 – que reúne Estados Unidos, as potências europeias, Japão e os grandes emergentes, como Brasil, China e Índia – iniciou seu trabalho para corrigir as origens e os efeitos da crise econômica.

“Hoje adotamos medidas audazes e concertadas para garantir a prosperidade e criar a base de um crescimento forte, firme e equilibrado”, declarou o presidente americano, Barack Obama, anfitrião da Cúpula. No comunicado final, o G20 defendeu “um crescimento mais equilibrado” e destacou que todos os membros do grupo estão de acordo em “corrigir as debilidades de suas respectivas economias”. “Os membros do G20 com excedentes significativos em suas contas externas se comprometeram a reforçar as fontes internas do crescimento”, revelou o documento.

O equilíbrio depende, em particular, que países com fortes excedentes comerciais, como Alemanha e China, sejam menos dependentes de suas exportações, como pedem seus clientes altamente endividados, a exemplo dos Estados Unidos. O G20 também se comprometeu a incentivar normas mais estritas sobre os fundos próprios dos bancos e a impor “fortes normas internacionais” aos bônus pagos aos banqueiros.

Estas medidas visam a evitar a repetição dos fenômenos que levaram à formação de bolhas financeiras e precipitaram a recente crise econômica mundial. A Cúpula de Pittsburgh também decidiu transferir “ao menos 5%” do poder de voto no Fundo Monetário Internacional (FMI) e 3% no Banco Mundial para os países emergentes, “refletindo o peso econômico relativo de seus membros”.

A decisão foi qualificada de “extraordinária” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estimou que o mundo “caminha rapidamente para uma nova ordem econômica mundial”. Os países emergentes queriam a transferência de 7% dos votos no FMI e de 6% no Banco Mundial, mas Lula ficou amplamente satisfeito e afirmou que o resultado constitui uma “demonstração de flexibilidade” para os que acreditavam que apesar da crise, “não iria ocorrer nada no mundo”.

Os dirigentes do G20 concordaram ainda em evitar uma suspensão “prematura” dos pacotes governamentais de reativação econômica, diante do risco de uma “recaída” na crise. O presidente chinês, Hu Jintao, advertiu os demais líderes do G20 que a reativação ainda “não é sólida”. Segundo o grupo, o Fundo Monetário Internacional acredita em uma recuperação da economia mundial mais forte que a prevista anteriormente, com um crescimento de “quase 3%” no final de 2010. “O FMI estima que o crescimento mundial voltará este ano e será de quase 3% no final de 2010”.

O Fundo estimou em julho passado que haveria uma contração de 1,4% em 2009, seguida por um lento crescimento, de 2,5%, em 2010. Com suas novas responsabilidades, o G20 realizará agora duas Cúpulas anuais, no próximo ano no Canadá e na Coreia do Sul, e na França em 2011.

Os países do G20 representam 90% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta, 80% do comércio internacional (incluindo os intercâmbios no interior da União Européia) e dois terços da população do mundo.

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