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Fundos condicionam compra de arroz

A escassez de fundos para a comercialização de arroz nos distritos do sul da província de Nampula, nomeadamente Angoche, Mogincial e Moma, poderá reflectir-se negativamente nos esforços empreendidos pelos produtores da região visando o incremento daquela cultura alimentar, de acordo com informações em nosso poder.

A produção de arroz naquela parcela de Nampula tem demonstrado uma tendência de subida depois do governo ter lançado o programa de apoio à produção intensiva de alimentos destinada a fazer face à crise alimentar mundial. Um dos factores que minava os esforços dos camponeses que praticam aquela cultura relacionava-se com a falta de equipamentos para o respectivo processamento.

Respondendo a uma solicitação do governo provincial no sentido suprir aquela dificuldade, a União Europeia desembolsou, no ano passado, um montante estimado em cerca de 500 mil euros, que foi aplicado na compra de duas moageiras com capacidade global de descasque de cerca de Quatro toneladas por hora.

O valor serviu, igualmente, para a compra de meios circulantes, nomeadamente motos e uma carrinha com capacidade de três toneladas para facilitar o processo de comercialização e escoamento do arroz para o centro de processamento instalado nos arredores da cidade de Angoche. Para gerir aqueles equipamentos, a Organização Rural de Ajuda Mutua (ORAM) foi solicitada a facilitar a criação da associação cooperativa “União dos Camponeses”, dotada de escritura pública e consequente direito de realizar negócios, para além de ter acesso a crédito nas instituições competentes.

Calisto Ribeiro, delegado da ORAM em Nampula, organismo que assiste a Associação Cooperativa “União dos Camponeses”, disse que esforços feitos junto aos governos distritais de Angoche, Moma e Mogincial no sentido de obter financiamento no âmbito das iniciativas locais, vulgo “Sete Milhões”, resultaram em fracasso alegadamente pelo facto das propostas terem entrado fora dos limites em termos de previsões.

Miguel Massunda, director dos serviços distritais das Actividades Económicas em Angoche, garantiu que a proposta submetida este ano tenha merecido uma avaliação positiva por parte do conselho consultivo local conquanto o valor a atribuir se situe abaixo do proposto. Os governos distritais de Mogincual e de Moma garantiram financiar as actividades da Associação Cooperativa União dos Camponeses porque os três governos distritais estão conscientes dos benefícios que as populações dos três distritos vão tirar desta iniciativa de produção e comercialização do arroz como cultura principal da região- disse Miguel Massunda.

Dado o volume de fundos que aquela associação necessita para comercializar cerca de 60 por cento da produção dos três distrito estimada em 40 mil toneladas de arroz é elevado, os três governos distritais estão em negociações com Gabinete de Promoção de Investimentos (GAPI) no sentido de garantir financiamentos.

A sociedade cooperativa União dos Camponeses conta nas suas fileiras com cerca de oito mil membros que se encontram a desenvolver as suas actividades agrícolas na cultura de arroz em oito postos administrativos dos distritos de Angoche, Moma e Mogincual.

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