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Fundação de imprensa denuncia morte de 3 jornalistas na Guiné-Conakry

A Fundação dos Média para a África Ocidental (MFWA), uma organização de defesa dos direitos da imprensa sediada em Accra (Gana), denunciou, segunda-feira (22), que uma multidão de aldeões matou três jornalistas e seis outras pessoas que efectuavam uma sensibilização ao vírus do Ébola em Womey, uma aldeia situada a cerca de 900 quilómetros da capital da Guiné-Conakry.

Num comunicado, o MFWA declarou que, a 17 de Setembro corrente, os jornalistas Facely Camara, da Rádio Liberté FM de Nzérékoré, e Molou Chérif e Sidiki Sidibé, duma estação de rádio comunitária em Nzérékoré, foram mortos quando cobriam uma campanha de sensibilização às medidas preventivas contra o Ébola em Womey.

Segundo a MFWA, os habitantes atacaram, com pedras e cutelos, uma equipa integrada por administradores locais, dois médicos, um pregador e os três jornalistas.

“Alguns membros da delegação conseguiram fugir, mas nove deles, incluindo os três jornalistas, foram apanhados pelos aldeões. Os aldeões mataram-nos brutalmente na mata degolando-os, e enterraram-nos numa vala comum”, sublinha o comunicado.

Os aldeões incitam este tipo de ataque porque pensam que o vírus do Ébola “é uma mentira política orquestrada pelas autoridades e que a doença não existe”, indica a MFWA.

Este ataque segue-se a confrontos ocorridos em Nzérékoré, em Agosto último, depois de rumores de que os responsáveis da saúde que desinfestavam o mercado estavam, na verdade, a infectar as populações com o vírus.

O primeiro-ministro guineense, Mohamed Said Fofana, condenou o massacre num discurso à nação, e prometeu que os autores serão punidos, anunciando que seis pessoas ligadas ao incidente já foram detidas.

“A MFWA está profundamente entristecida por este desenvolvimento e exorta fortemente o primeiro-ministro guineense a manter-se fiel aos seus compromissos e julgar os culpados”. “Pedimos fortemente às organizações que com jornalistas para garantir a sua segurança durante a cobertura de assuntos sensíveis.

Apelamos igualmente ao Governo guineense e outros na África Ocidental para intensificar a sensibilização ao vírus do Ébola para apagar as dúvidas e as suspeitas que as pessoas podem ter sobre a doença”, acrescentou a nota.

Por seu turno, a União das Rádios e Estações de Televisão Livres da Guiné, a Associação dos Editores de Jornais privados Guineenses e a Associação da Imprensa Online Guineense também divulgaram uma declaração conjunta que condena o incidente.

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