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FRELIMO e RENAMO bipolarizam campanha eleitoral na Ilha de Moçambique

D evido ao facto de figurar entre os círculos excluídos (pelo Conselho Constitucional) dos desígnios do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a província de Nampula (como, aliás, muitas outras), tem vindo a resgatar a sistemática bipolarização do processo eleitoral protagonizada anteriormente pela Frelimo e Renamo.

Entretanto, resultou infrutifera a nossa tentativa de contactar o delegado da “Perdiz”na Ilha de Mocambique, José Carmona Nhécua. Pois que, segundo nos informaram, ele havia , na altura (meio dia de sábado), acompanhado o líder Afonso Dhalakama até Monapo, de onde rumaria para Nacala-Porto, depois de ter permanecido naquele distrito desde sábado.

Em alternativa, dialogamos com alguns membros renamistas,que nos manifestaram, unânimes, a sua convicção de que, desta feita, a estratégia delineada pelo seu partido ‘inviabilizará, radicalmente, qualquer hipótese da Frelimo repetir as falcatruas que tem vindo a engendrar em sucessivos ecrutínios e que, nas ultimas eleições autárquicas, segundo suas palavras, exorbitaram ao extremo de lhe permitirem o acambarcamento da totalidade dos municipios do seu tradicional bastião, que se localizam, sobretudo, na zona litoral da província. Pelo mesmo diapasão se pronunciaram os militantes contactados pelo nosso jornal na região continental do Lumbo.

“Apesar das debilidades que temos aparentado no desenrolar da nossa campanha eleitoral, estamos firmemente decididos a acabar com a arrogância dos frelimistas, cujas vitórias têm sido forjadas à custa de trafulhices .” Garantiram-nos, quase em uníssono, os mencionados correlegionários, desvalorizando os rumores dos bastidores que profetizavam uma decadência inapelável de Dhlakama, propalando que ele perdeu a reputação de pendor messiânico que desfrutava outrora no seio da população daquele distrito (e não apenas) e que sua imagem política estava irreversívelmente desgastada em consequência, sobretudo, da hecatombe sofrida nos últimos pleitos autárquicos.

E para ilustrar a sua afirmação remeteram-nos, com insistência, à percepção dos reflexos sintomáticos da invariável afluência massiva da população que continua a registar-se nos comícios que o seu líder orienta. Estivemos no interior das instalações da delegação distrital da Renamo, que perfilam, coincidentemente, na mesma rua (de pavimento escalavrado) do Celeiro, em que se encontram localizadas as do partido no poder, a Frelimo. Nestas, tivemos a oportunidade de entrevistar o respectivo Primeiro Secretário, Momade Ibraimo, que começou por nos exibir uma bandeira do seu partido, despedaçada a meio , alegadamente por militantes renamistas, depois de a despreenderem de um veiculo imobilizado em que se encontrava exposta , segundo nos relatou, além de perpetrarem contundentes agressões físicas e verbais contra simpatizantes da Frelimo, aquando da chegada de Afonso Dhlakama a Ilha de Mocambique, na sexta-feira.

“Acatando escrupulosamente as instruções emanadas dos órgaos de hierarquia, não reagimos a tais provocações, limitando-nos a reportá-las às autoridades competentes para os devidos procedimentos.” Explicou-nos Momade Ibraimo, vincando que “temos evitado, ao máximo, ripostar a qualquer espécie de confrontação na campanha eleitoral em curso, a despeito das constantes provocações de que temos sido objecto.” À laia de balanço da campanha desenvolvida até então, o nosso interlocutor considerou-a extremamente positiva porquanto, segundo revelou, a Frelimo angariou já cerca de noventa por cento dos 28.515 potenciais eleitores.

E garantiu que esse número percentual irá alçar-se a uma fasquia mais avantajada a partir desta semana, altura em que a sua campanha ganhara um maior ímpeto mercê da plena integração de muitos membros e militantes que cumpriam o jejum do Ramadan. Por último, deslocámo-nos à delegaçãoao do Movimento Democrático de Mocambique (MDM), que funciona nas imediações da secular Igreja de Santo António, onde fomos solicitamente acolhidos pelo respectivo delegado, Francisco Pereira, que, acedendo à nossa interpelação, emitiu um comentário prenhe de optimismo em relação à actividade pró-campanha desenvolvida, até sábado ultimo, pelo seu nóvel partido naquele histórico distrito.Apesar de alguns incidentes relacionados com a invasão intempestiva de militantes da Frelimo na delegação quando se encontrava reunido, com outros membros, para concertacao de novas estrategias para a campanha.

“Lamento a chegada bastante tardia do material de propaganda. Com efeito, só na sexta-feira, dia 25 do mês em curso, é que tivemos disponiveis as referidas condições logísticas. O que não significa, porém, que tenhamos permanecido de braços absolutamente cruzados ao longo de todo esse compasso de espera. Nao, senhor! Lançamo-nos, afincadamente, à rua e aos locais de maior aglomeração de gente, desde a data do início oficial da campanha, privilegiando contactos interpessoais e de porta a porta, e divulgando, simultâneamente, as linhas mestras em que assenta o programa de governação do nosso candidato à presidência da República, Daviz Simango, que, entre várias acções pertinentes, privilegia o combate aos principais flagelos que minam o tecido social do país, designadamente o desemprego, a degradação do ensino, a precariedade energética e de abastecimento de água potável. Assim se explica a razão porque temos já 400 membros inscritos e cerca de 1.000 simpatizantes.

Em suma: acredito que havemos de colmatar o considerável atraso com que, concretamente, começamos a nossa campanha eleitoral.” Disse-nos Francisco Pereira, acrescentando, ufano, ter angariado já 80 por cento do eleitorado. (

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