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França diz que o único objectivo de Assad é “eliminar o seu próprio povo”

A França declarou, esta terça-feira (9), que o presidente sírio, Bashar al Assad, tem uma política de “eliminação” do seu povo como táctica para sufocar uma revolta de três anos, mas que isso deixaria a Síria num impasse total.

Assad previu que a maior parte dos combates na guerra civil síria terá terminado até o fim do ano, teria dito um ex-primeiro-ministro russo na segunda-feira. Reagindo a estes comentários, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês, Romain Nadal, pareceu reconhecer que a comunidade internacional pode ter que aceitar o novo status quo.

“Uma vitória militar contra o seu próprio povo? O único objectivo de Bashar al Assad é eliminar o seu próprio povo”, disse Nadal. “Talvez ele seja o único sobrevivente dessa política de crimes em massa, mas isso é um impasse total para a Síria”.

A França, uma das maiores críticas de Assad, foi a primeira potência ocidental a fornecer ajuda militar não-letal aos rebeldes que lutam para derrubá-lo. Embora os rebeldes tenham sofrido sérios reveses neste ano nas frentes de batalha, alguns analistas preveem uma fragmentação violenta da Síria no longo prazo.

A França foi ainda a primeira potência ocidental a reconhecer a opositora Coalizão Nacional como a única representante do povo sírio. Entretanto, Nadal afirmou que no momento não há outra maneira de se alcançar uma solução na Síria a não ser o plano de paz já proposto, que ele admitiu estar se desenvolvendo “muito lentamente”.

“O único plano da comunidade internacional é uma transição política. Não há outro caminho. O processo de Genebra deve continuar… a acção militar só levará a mais violência”. O governo sírio deixou claro, esta terça-feira, que não tem a intenção de atrasar a eleição, que deve dar um terceiro mandato a Assad, independentemente da guerra ou da política.

Assad não disse se irá concorrer ao pleito marcado para julho, mas aliados da Rússia e do Hezbollah, movimento muçulmano xiita do vizinho Líbano, previram que ele irá participar e vencer.

Se Assad concorrer, desafiando a oposição e os líderes ocidentais que exigiram sua renúncia, isso irá pôr fim ao processo de paz apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que implica medidas para uma transição democrática.

“Estas eleições são uma farsa trágica. Ninguém entenderia umas eleições presidenciais com Assad como candidato único”, disse Nadal.

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