Muitos agricultores moçambicanos espalhados pelo país estão a abandonar acções de formação em técnicas agrícolas para melhorar os seus níveis de produção, alegadamente por os extensionistas responsáveis pela transmissão dos referidos conhecimentos não dominarem a matéria.
Acredita-se que seja esse o cenário que já provocou a redução em cerca de 300 mil, para 600 mil, do número de beneficiários da formação, entre 2008 e início da presente campanha agrícola 2012/2013, segundo conclusões de um estudo do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).
Tal facto surge numa altura em que o número de extensionistas aumentou de 789, em 2008, para 997, na presente safra agrícola, segundo ainda as conclusões de um estudo feito por Rafael Uaiene, Raúl Pitolo e Jaquelino Massingue, do IIAM.
Cortes financeiros
Por outro lado, a situação deve-se também à redução do apoio financeiro das organizações não-governamentais nacionais e estrangeiras às acções de capacitação dos camponeses e ao pagamento dos subsídios aos extensionsistas.
Em jeito de recomendações, Uaiene, Pitolo e Massingue apontam a necessidade da continuação do apoio em recursos financeiros, materiais e humanos pelo sector público para a investigação, alegadamente, porque “enormes ganhos de produtividade podem ser conseguidos em pouco tempo se houver consistência e congruência na alocação dos recursos”, realçam aqueles investigadores.
Eles pronunciaram-se também pelo incremento dos níveis de investimento na investigação e extensão neste momento estimados em apenas 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB).