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Fórmula 1: “A Ferrari está de volta” Vettel após quebrar domínio da Mercedes e vencer na Malásia

Contratado a peso de ouro pela Ferrari para encerrar a hegemonia da Mercedes no Campeonato Mundial de Fórmula 1, o tetracampeão Sebastian Vettel mostrou na segunda prova de 2015 que está de volta e irá incomodar muito os rivais da escuderia alemã: bateu o pole position Lewis Hamilton e venceu o Grande Prémio da Malásia, disputado neste domingo no circuito de Sepang. A vitória representou uma dupla recuperação. O alemão não terminava uma corrida no lugar mais alto do pódio há 686 dias, desde o Grande Prémio do Brasil, em Novembro de 2013, ainda com a Red Bull. O jejum da Ferrari era ainda maior: o último triunfo tinha ocorrido na Espanha, em Maio do mesmo ano, com Fernando Alonso.

Superado na pista e pela melhor estratégia da Ferrari ao longo da prova, Hamilton chegou na segunda posição, seguido pelo companheiro de equipe, Nico Rosberg, apagado apesar do pódio.

Kimi Raikkonen, numa bela corrida de recuperação, ganhou oito posições após um toque com Felipe Nasr logo na segunda volta, ficando com o quarto lugar.

Felipe Massa repetiu o bom desempenho do GP da Austrália, ganhou uma posição em relação à largada e terminou no sexto lugar. No entanto, o resultado poderia ter sido melhor, já que o brasileiro acabou ultrapassado pelo companheiro de equipe, o finlandês Valtteri Bottas, na última volta. Já Nasr, grata surpresa da primeira corrida, teve muitas dificuldades. Além do toque com Raikkonen, não conseguiu acertar a Sauber ao longo do final de semana e cruzou a linha de chegada apenas na 12ª posição.

Outro destaque foi Max Verstappen, da Toro Rosso. Com a conquista da sétima posição, o holandês, de apenas 17 anos, tornou-se o mais jovem piloto a pontuar na história da Fórmula 1.

Carlos Sainz Jr., o seu companheiro de equipe, fechou com a oitava posição. A Red Bull completou a zona de pontuação na Malásia, com Daniil Kvyat em nono e Daniel Ricciardo em décimo.

A corrida foi iniciada apenas com 19 carros no grid. Os mecânicos da Manor não conseguiram consertar um defeito no sistema de combustível no carro de Will Stevens, facto que já tinha o impedido de participar da classificação.

Os problemas mecânicos também voltaram a atormentar a McLaren. Fernando Alonso, que voltou às pistas depois do acidente na pré-temporada, e Jenson Button andaram próximos das últimas posições durante todo o fim de semana, tiveram novas dificuldades e abandonaram a prova ao levar ambos os carros para os boxes. Situação semelhante a de Pastor Maldonado, que também foi obrigado a conduzir o seu Lotus para a garagem.

O primeiro abandono da corrida, no entanto, foi determinante para o resultado final. Marcus Ericssen, companheiro de Felipe Nasr na Sauber, saiu da pista na curva 11, na quarta volta, motivando a entrada do safety car. Enquanto as Mercedes e as Williams preferiram mudar de estratégia e ir para as boxes trocar os pneus, Vettel seguiu na pista. Hamilton voltou na sexta posição, seguido de Massa e Rosberg, prejudicado ao entrar no pit na mesma volta que o companheiro, problema também enfrentado por Bottas, que vinha atrás do brasileiro.

Os quatro iniciaram então uma corrida de recuperação. Hamilton foi abrindo caminho. Passou na sequência Ricciardo, Sainz, Grosjean e Hülkenberg. Rosberg fez o mesmo, incluindo também a ultrapassagem sobre Massa que, no entanto, seguiu o rastro das Mercedes. Bottas o acompanhou. Vettel aproveitou o tempo para abrir vantagem. Na volta 17, quando decidiu finalmente entrar nas boxes, a ordem normal da corrida já estava restabelecida. Hamilton assumiu a ponta, com Rosberg em segundo e o tetracampeão da Ferrari na terceira posição, seguido de perto por Massa e Bottas.

Optando mais uma vez pelos pneus médios contra os duros que equipavam as Mercedes, Vettel partiu para cima de Rosberg e ultrapassou o compatriota na volta 22, iniciando uma perseguição ao líder Hamilton.

Com desempenho na pista pior do que o do adversário, o atual campeão mundial desistiu da briga logo quando Vettel se aproximou, na volta 25, indo para os boxes e deixando o caminho livre para o novo piloto da Ferrari. Mesmo com os pneus novos após a paragem, Hamilton não conseguia diminuir a vantagem de Vettel, que permaneceu na casa dos 20 segundos até a volta 31.

O recado de que o britânico precisava pisar fundo veio no rádio do piloto: a estratégia estava sendo cumprida, afirmou um dos engenheiros, mas, no actual ritmo, o atual campeão precisaria ultrapassar o adversário na pista nas voltas finais.

A mensagem deu resultado. Hamilton reduziu de 20 para 14 segundos a distância para o primeiro colocado nas seis voltas seguintes. Vettel então foi para o terceiro e último pit stop, retornando para pista à frente do terceiro colocado Rosberg. O britânico ficou apenas duas voltas a mais na pista, optando também para pelos pneus duros. Como previra o engenheiro, o trabalho precisaria então ser feito na pista, onde uma distância de 13,8 segundos separava os dois pilotos.

Hamilton até esboçou uma perseguição, diminuiu a vantagem para 8,5 segundos, insuficiente para superar Vettel, que manteve o ritmo forte e confirmou a vitória. Após cruzar a linha de chegada, o alemão foi cumprimentado pelo chefe Maurizio Arrivabene, que resumiu a corrida na comemoração: “O número 1 está de volta. A Ferrari está de volta”.

A próxima etapa do Mundial de Fórmula 1 será o Grande Prémio da China, no dia 12 de Abril, no Circuito de Xangai.

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