Deverão estabilizar-se abaixo de 10% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2012, os fluxos líquidos da ajuda externa a Moçambique, segundo as projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Aquela instituição financeira internacional sublinha que o país deverá enfrentar a estagnação dos fluxos líquidos da ajuda externa, no período em análise, devido ao impacto negativo da crise financeira e económica mundial, despoletada em 2009, e agravada em 2011 pela crise da dívida soberana e da banca da Zona Euro.
Realça o FMI que o apoio dos doadores tem sido crucial no fornecimento de recursos que atendem as necessidades de desenvolvimento de Moçambique de forma sustentável, e segundo a mesma instituição, eles já caíram consideravelmente desde o pico da crise global, de 14,5% do PIB, em 2009, para 12,5% do PIB, em 2010.
A previsão é de os fluxos líquidos externos virem a estabilizar-se abaixo de 10% do PIB, entre 2011 e 20112 como reflexo da reorientação a ser seguida por alguns doadores e também devido ao rápido crescimento do PIB de Moçambique.
Para além disso, o apoio geral dos doadores ao Orçamento do Estado está cada vez mais condicionado ao desempenho, sobretudo, na área da governação, e tende a deslocar-se para o apoio sectorial ou a projectos, “o que pode complicar a previsibilidade da execução do Orçamento”, observa o FMI, no seu documento sobre o desempenho da economia de Moçambique registado em 2011.
Estas tendências podem forçar as autoridades moçambicanas a rever a sua estratégia de desenvolvimento e financiamento da redução da pobreza.
Frisa-se, entretanto, que o G-19 (grupo de 19 países e instituições financeiras internacionais maiores financiadores do apoio ao Orçamento do Estado e projectos de desenvolvimento socioeconómico do país) prometeram desembolsar a favor de Moçambique, em 2013, cerca de 606 milhões de dólares em apoio àquelas duas rubricas.
Contudo, a Alemanha, Suíça e Suécia, membros do G-19, condicionaram seu apoio a Moçambique, em 2013, à conclusão de processos de avaliação do desempenho do país registado nos sectores apoiados e aprovação da ajuda pelos parlamentos respectivos.