Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

SELO: Filhos e enteados no “moçambola”?, por Alcides Bazima

É triste o que vi no pretérito fim de semana antes do clássico moçambicano que envolvia as formações do Maxaquene e do Costa do Sol, quando os “tricolores” receberam o troféu correspondente ao título conquistado no ano passado, ao invés de ter sido entregue na última jornada, conforme aconteceu com a Liga Muçulmana nos dois anos consecutivos quando sagraram-se campeões nacionais com Artur Semedo.

A mesma sorte que a Liga teve de ter a taça e festejar ainda a quente a conquista do título, os “tricolores” não tiveram e, como se não bastasse, houve demora ou porque não afirmar “ameaça” por parte de alguns dirigentes que colocavam a hipótese de o campeão não ser homologado.

Foram tantas voltas até que a LMF decidiu oficializar que o Maxaquene é campeão, numa altura em que já era difícil fazer a festa com pompa e circunstância como sói dizer-se. Isto está mesmo estranho, caros desportistas, desportivamente falando, claro está.

A entrega do troféu ao Maxaquene, no Zimpeto, Domingo passado, não teve a cobertura necessária por parte da imprensa, pois não vimos nem imagem do Maxaquene com a taça nas publicações posteriores nem nos desportivos da passada Segunda-feira, daí vem aquela máxima de que há jornalistas desportivos comprometidos ou controlados pelos dirigentes da Liga Muçulmana, para produzirem artigos a favor e promover apenas aquele clube.

Entretanto, não bastou a demora na entrega da taça. Ela é entregue e nada se noticia no dia seguinte, sorte é que a nossa televisão pública estava a transmitir em directo, tudo por causa do jogo do dia, caso não, ninguém ficaria a saber se Salvado e sua comitiva receberam o troféu ou não.

Triste ainda é ver o próprio Costa do Sol, quando no momento da entrega do ceptro, os seus jogadores distanciaram-se da formatura e foram aquecer, como se nada estivesse a acontecer, deixando apenas os membros do governo, chefiados pelo primeiro ministro Alberto Vaquina e o Maxaquene na cerimónia de entrega da taça.

Onde está o “fair Play”? Custa reconhecer e cumprimentar os colegas de profissão pelo título conquistado? Que situação! Eu considero isto maus tratos ao Maxaquene. Os mesmos tratos (maus) estendem-se para o Vilankulo FC que até hoje é o clube mais sacrificado nas viagens para efectuar os seus jogos, pois o faz via terrestre porque a LMF não tem patrocínio da MEX, empresa responsável pelas viagens aéreas àquele ponto da província de Inhambane.

Por que é que não se negoceia com o clube para entrar com uma parte nos custos das passagens? Ou para este caso vertente, sacrificar-se um parceiro de tantos existentes que apoiam o Moçambola, para responsabilizar-se pelas deslocações do Vilankulo FC? Este será mesmo um problema sem solução?

O que sei é que se o problema está identificado, o mesmo deixa de existir. Quantas assembleias e reuniões os homens da LMF já realizaram com parceiros? Falaram com eles sobre o mesmo problema? Ou, pura e simplesmente, ninguém quer ver este cenário ultrapassado.

Não creio… não há vontade por quem de direito.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!