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Filho de Khadafi diz que campanha de Sarkozy foi financiada pela Líbia

Em entrevista ao canal televisivo Euronews, Saif al-Islam Khadafi, o filho do líder líbio Muammar Khadafi, afirmou que a Líbia financiou a campanha eleitoral do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, em 2007 e que quer o seu dinheiro de volta. Quando questionado sobre a sua posição em relação à França e ao Presidente Sarkozy, que no dia 10 de Março reconheceu o Conselho Nacional de Transição líbio como representante legítimo da Líbia, Saif al-Islam disse que, em primeiro lugar, Sarkozy deveria devolver à Líbia o dinheiro que recebeu para a sua campanha eleitoral.

O membro do clã Khadafi adianta que o seu país financiou a campanha do Presidente francês e que tem todas as informações sobre o financiamento e que está “pronto para as publicar”. “A primeira coisa que pedimos a este palhaço do Sarkozy é que devolva o dinheiro ao povo líbio”, acusa Saif al-Islam. “Ajudá-mo-lo a tornar-se Presidente para que ele ajudasse o povo líbio, mas ele desapontou-nos”, diz o filho do contestado líder líbio, adiantando que muito brevemente publicará “todos os detalhes, documentos e comprovativos de transferência bancária”.

A acusação acontece dias depois de a França ter reconhecido o Conselho Nacional de Transição, que reúne opositores ao regime de Muammar Khadafi e está sediada em Bengasi, ainda em poder dos rebeldes. Depois de muito criticada por ter dado pouca atenção às revoltas na Tunísia e no Egipto, a França tem seguido atentamente a contestação ao regime líbio e foi o primeiro país a reconhecer o Conselho criado pela oposição para liderar uma eventual transição política na Líbia. Logo após o anúncio, as autoridades de Trípoli avançaram que iriam cortar relações com Paris e revelar um “grave segredo” sobre o Governo de Sarkozy que iria anteceder a queda do Presidente francês.

Nicolas Sarkozy, contactado pela AFP, negou as acusações de Saif al-Islam e um porta-voz do Palácio Eliseu também desmentiu ao jornal “Le Monde” as afirmações do filho Khadafi. A lei francesa impõe limites rígidos ao financiamento partidário e, no ano passado, Sarkozy esteve envolvido num escândalo relacionado com alegadas doações ilegais ao seu partido pela mulher mais rica de França, Liliane Bettencourt.

Muammar Khadafi tem acusado os países ocidentais de “conspirarem contra ele” e afirmou, na terça-feira, que o futuro da Líbia não será mais discutido com esses países. Sobre as operações militares na líbia, o membro do clã Khadafi, cujas forças ganham vantagem no terreno depois de um mês de contestação, assegurou que elas iriam terminar e tudo acabaria “dentro de 48 horas”.

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