A Federação Internacional de Futebol (Fifa) indicou esta quinta-feira que quer “recomeçar do zero” o sistema de venda e de determinação de preços de ingressos para a Copa do Brasil de 2014, após aprender as lições na África do Sul. “Teremos que recomeçar do zero o sistema de vendas de entradas para 2014”, insistiu o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, durante encontro com correspondentes estrangeiros em Johannesburgo, a capital econômica do país que organizará a Copa deste ano.
“O sistema que começamos a utilizar não é perfeito”, reconheceu Valcke, aludindo ao método de venda de entradas para a Copa da África do Sul (11 de junho – 11 de julho), que precisa ser feita pela Internet em um país onde apenas uma elite usa essa tecnologia. “Aprendemos muito na África do Sul”, acrescentou, referindo-se aos eventuais erros do sistema de venda de ingresso através da Internet.
A venda de entradas para assistir às partidas do evento só decolaram na África do sul após a abertura de bilheterias para permitir a compra de forma direta e pessoal. Os primeiros ingressos postos à venda, propostos a princípio pelo Comitê Local de Organização (LOC), só contribuíram para desanimar os torcedores do restante do continente, que não têm acesso a uma tarifa especial disponibilizada aos sul-africanos, segundo Valcke. “Pode ser que isto mude no futuro”, acrescentou.
O ministro sul-africano de Turismo, Marthinus van Schalkwyk, lamentou na terça-feira ante os deputados em Cidade do Cabo (sudoeste) a débil participação dos torcedores africanos na primeira Copa do Mundo organizada no “continente negro”. Dos 2,5 milhões de ingressos vendidos, 38% foram comprados por estrangeiros, enquanto 2% estão nas mãos de torcedores do restante do continente, percentual que representa cerca de 11.300 lugares nos estádios da Copa, segundo o ministro do Turismo.