O líder cubano aposentado Fidel Castro fez uma rara aparição pública, este Domingo (24), participando de uma sessão aberta da Assembleia Nacional, divulgou a mídia estatal, em meio a especulações de que o encontro possa dar pistas sobre o planeamento de uma futura sucessão de liderança.
Desde que adoeceu em 2006 e cedeu a Presidência ao irmão, Fidel Castro abriu mão de todas as posições oficiais com excepção da de deputado na Assembleia Nacional.
Na sessão de Domingo, ele assumiu a sua cadeira ao lado do irmão, o presidente Raúl Castro, a segunda vez apenas em que apareceu na assembleia desde a sua doença e a primeira desde 2010. A presença surpreendente de Fidel aumentou as expectativas, abastecidas por seu irmão, de que a sessão geralmente rotineira poderia lançar luz sobre a liderança futura da nação comunista.
Numa entrevista para jornalistas, Sexta-feira, Raúl Castro brincou sobre a sua futura aposentadoria e pediu que eles prestassem atenção no encontro de Domingo, que é fechado aos jornalistas estrangeiros.
Vou renunciar”, disse Raúl, entre risos, ao receber o primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev. “Vou completar 82 anos e tenho o direito de me aposentar, não acham? Por que é que estás tão incrédula?”, acrescentou ele durante a conversa com jornalistas.
Os 612 deputados, eleitos numa votação incontestada a 3 de Fevereiro, devem nomear um novo Conselho de Estado de 31 membros com Raúl Castro como presidente, apesar do seu gracejo. A Assembleia Nacional reúne-se por apenas algumas semanas por ano e delega os seus poderes legislativos entre sessões ao Conselho de Estado, que também funciona como o executivo da nação através do Conselho de Ministros que aponta.
Governos, especialistas em Cuba e cubanos estarão de olho para ver se há rostos novos e mais jovens entre os membros do Conselho de Estado, principalmente o seu primeiro vice-presidente e cinco vice-presidentes, com uma média etária de mais de 70.
É quase que certo que o novo governo será o último liderado pelos irmãos Castro e a geração que vem governando Cuba desde que desceu das montanhas na revolução de 1959, que levou a uma longa rixa com Washington.
Raúl Castro, de 81 anos, começaria o seu segundo mandato, Domingo, teoricamente deixando-o livre para se aposentar em 2018, aos 86 anos.
Oitenta por cento dos 612 membros do Parlamento, com idade média de menos de 50 anos, nasceram depois da revolução.