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Falta de verbas ameaça avanços contra a SIDA, diz ONU

A comunidade internacional fez na última década avanços extraordinários no combate à SIDA, mas a atual escassez de verbas ameaça reverter esses progressos, disseram agências de saúde da ONU nesta quarta-feira. Um relatório preparado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por outras agências, para ser divulgado por ocasião do Dia Mundial de Combate à SIDA, hoje 1 de dezembro, disse que atualmente há 34 milhões de pessoas no mundo contaminadas pelo vírus HIV, que causa a doença.

A epidemia, diz o texto, representa um “formidável desafio”, mas “a maré está virando”. “As ferramentas para conseguir uma geração livre da Aids estão em nossas mãos”, afirma o relatório. O otimismo, no entanto, é atenuado pela crise que assola o Fundo Global para a Luta Contra a Aids, Tuberculose e Malária, instituição mista (pública-privada) que é a maior patrocinadora mundial de programas de prevenção e tratamento do HIV.

Na semana passada, o Fundo disse estar cancelando novas verbas para governos nacionais, e que novas concessões só serão feitas a partir de 2014. De acordo com o relatório da ONU, o total de verbas destinadas ao combate à SIDA caiu de 15,9 bilhões de dólares em 2009 para 15 bilhões de dólares em 2010. As agências calculam que, para 2015, o mundo precisaria de 22 a 24 bilhões de dólares para realizar ações abrangentes e eficazes contra a epidemia.

Em entrevista à Reuters em Londres, Gottfried Hirnschall, diretor da OMS para questões do HIV/Aids, disse que este é um momento crucial na luta contra a doença, aproveitando os avanços na redução de novas infecções e na distribuição de medicamentos aos pacientes. Estudos divulgados nos últimos meses mostram que a agilidade no tratamento de novos pacientes é capaz de reduzir o ritmo de difusão do vírus nas populações. “Este é realmente um ano animador, porque estamos vendo uma tendência de queda nessas áreas onde queremos ver tendências de queda – nas novas infecções e na mortalidade -, e estamos vendo tendências de alta onde gostaríamos de vê-las, principalmente nos índices de cobertura (dos tratamentos)”, disse Hirnschall.

Dados divulgados na semana passada num estudo da Unaids (agência da ONU para o combate à doença) e no novo relatório desta quarta-feira mostram que o número de novas infecções pelo HIV caiu de 3,1 milhões em 2001 para 2,7 milhões em 2010. Já o número de pacientes com acesso aos medicamentos passou de apenas 400 mil em 2003 para 6,65 milhões no ano passado. Hirnschall disse que os dados sugerem que a meta da OMS – acabar com as novas contaminações, com as mortes e com o estigma social ligado à doença – poderá “se tornar realidade em um futuro não tão distante”.

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